segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Literatura

"Furacão Elis"
Uma vida em que tudo aconteceu depressa demais - assim foi a vida de Elis Regina, um turbilhão da infância à morte prematura e trágica. Furacão Elis é uma biografia que enreda o leitor neste turbilhão e procura iluminar todas as facetas de uma mulher difícil e apaixonante, obstinada e insegura.

Tinha sete anos quando enfrentou o microfone de uma rádio pela primeira vez. Quem a ouvia cantar, ficava impressionado. Aos 15 gravou um disco. Em 1964, chegou ao Rio para tentar a sorte. Tinha apenas 19 anos.

No curto espaço de dois anos, Elis foi capa de revista, venceu festival de música defendendo "Arrastão", gravou discos, ganhou de Vinicius de Moraes o apelido de "Pimentinha". O sonho da menina gaúcha baixinha e vesga, que cantava rindo e de olhos fechados, começava a se realizar.

Se na vida profissional tudo parecia sob controle, a vida pessoal e familiar sempre foi conturbada: alguns namoros, dois casamentos, três filhos, muitas brigas conjugais públicas, dezenas de inimigos, alguns amigos fiéis. Mas da sua força ninguém duvidava. Quando queria uma coisa, ninguém a segurava. Uma música inédita, um marido novo, um programa a estrear, guerras para vencer.

Regina Echeverria, a autora desta biografia, escreveu que Elis Regina Carvalho Costa "rompeu com a prudência e se atirou ágil e rapidamente em seus desejos. Superou acusações, rótulos, cobranças. Confundiu, anarquizou, gritou e esperneou. Não levou desaforo para casa. Foi uma mutante especialíssima, uma mulher valente, uma artista excepcionalmente talentosa."

No revéillon de 1981 combinou com o namorado que iriam morar juntos. Não deu tempo, 19 dias depois o Brasil se comoveu com a notícia de sua morte. Como bem resumiu seu amigo, o produtor e diretor musical Fernando Faro: "Morreu de inocência. Não sabia lidar com a droga".
Fonte: http://www.livraria.folha.com.br/

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