domingo, 4 de dezembro de 2011

Transporte Ferroviário

Aposentados há quase duas décadas, os trens de passageiros podem voltar à ativa como paliativo do problema de mobilidade urbana enfrentado pelo país. Num último passo para o desenvolvimento integrado dos modais de logística, o Ministério dos Transportes deve detalhar nos primeiros meses de 2012 um plano bilionário para revitalização de mais de 2 mil quilômetros de linhas férreas nos quatro cantos do país. Ao todo, devem ser alocados R$ 7 bilhões do Plano Plurianual 2012–2015 para que 28 trechos voltem a funcionar, permitindo a retirada de veículos das BRs e reduzindo o nível de saturação das estradas.

Inicialmente devem ser priorizados 14 segmentos identificados pelos levantamentos feitos ainda na década de 1990 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em Minas, estão localizados dois desses trechos: o ramal que liga Belo Horizonte às cidades de Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete e o que liga três das principais cidades do Norte do estado: Bocaiúva–Montes Claros e Janaúba.

O governo federal decidiu envolver o setor ferroviário na discussão sobre mobilidade em 2003, quando foi lançado o Programa de Resgate do Transporte Ferroviário de Passageiros. Composto por três projetos – alta velocidade; turístico e regional de passageiros –, o objetivo é resgatar as ferrovias do cenário de abandono e transformá-las em parte de um modelo eficiente de transporte de pessoas, criando uma alternativa às saturadas rodovias. Nesse sentido, a proposta inicial é ligar as chamadas cidades-polo às capitais e também conectar eixos regionais importantes.

Belo Horizonte/Ouro Preto/Conselheiro Lafaiete
No caso do ramal que interliga BH–Ouro Preto–Conselheiro Lafaiete, o trecho faz parte da Estrada de Ferro Central do Brasil – rede ferroviária desenvolvida no Brasil Império, por dom Pedro II, para integração das províncias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Criada há quase 150 anos, a estrada – eixo-chave também no transporte de minério – parou de funcionar por volta de 1980 e deve voltar com velocidade mais alta (80 km/h) e características mais modernas.

Na segunda etapa, em parceria com a Agência de Desenvolvimento Metropolitano de Belo Horizonte, órgão ligado ao governo de Minas, devem ser feitos projetos para mais dois ramais em Minas: BH–Sete Lagoas e BH–Divinópolis–Itaúna. A primeira linha deve cruzar as cidades de Santa Luzia e Confins, alcançando o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, e com a última parada na estação do Bairro Horto, na Região Leste da capital. Enquanto isso, o segundo segmento deve beneficiar o Vetor Oeste da região metropolitana, ligando as duas maiores cidades da Grande BH – Contagem e Betim – a dois dos principais municípios do Centro-Oeste: Divinópolis e Itaúna. O ponto final, nesse caso, seria na Estação Eldorado do metrô.

Trecho que ficou na saudade
Por décadas, o trem de passageiros que circulava entre Belo Horizonte e Monte Azul (Norte de Minas) marcou a vida de muita gente, movimentando os pequenos municípios do Norte do estado e facilitando a vida das pessoas mais simples, por causa do preço mais barato da passagem. Mas tudo que era proporcionado pelo “trem do sertão” ficou só na saudade a partir de setembro de 1996, quando ele deixou de rodar. O anúncio da possível volta do trem de passageiros e carga interligando Bocaiúva, Montes Claros e Janaúba cria um novo alento na região.

Mas para a volta do trem de passageiros será necessária também a recuperação das estações ferroviárias. O trecho da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) entre Belo Horizonte e o Norte do estado está sendo explorado pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que realiza somente o transporte de cargas. A FCA não cuida das antigas estações de passageiros. Por isso, muitas delas estão em ruínas.
Fonte: http://www.uai.com.br/

Um comentário:

Luiz Carlos Martins Pinheiro disse...

Amigo Carlos Ferreira

Tudo de positivo que se faça pelo transporte ferroviário de passageiros é de se aplaudir, tão desmoralizado está no Brasil.

Desde os seus primórdios as ferrovias tiveram nos seus transpotes de passageiros as meninas dos seus olhos, os seu serviços mais nobres, mas o Brasil evoluiu à sua quase total extinção.

Nossas ferrovias foram privatizadas para fazer tão sómente transporte de carga, se especializando no antendimento de carga pesada, com baixos fretes,em geral, que não interressam aos caimnhos.

Praticamente deixaram de atender ao público geral, outra característica fundamental às ferrovias, para servir a mimitadíssimos números de clientes, entre os quais, suas próprias controladoras.

Todavia se insistir neste tipo de planejamento, que nos levaram a isto é nos condenar a progressos lentos e pouco expressivos.

É preciso que se defina um plano de metas ferroviárias às futuras gerações e não às próximas eleições como é comum em nossa administração pública.

Há que se revelar o que vamos precisar em termos de ferrovias às próximas décadas com base em estudos técnicos e econômicos dos nossos futuros fluxos de transporte, destando-se o que deve ser da ferrovia e dos demais modais.

Com ante-projetos de elevada qualidade se fixem as prioridades, para abalizar as decisões políticas do que e como fazer, dentro de uma autêntica política de transportes preocupada com o Brasil e não com meros redutos eleitorais.

Isto faltou no passado, mas faz muito mais falta ao futuro. O que realmente devemos fazer em termos de investimentos para elevar à nossa rede ao seu verdadeiro papel?

Através da inicitiva privada faz-se um magnífico minerodouto de MG a porto no RJ. Foi efetiva estudada a possibilidade de uma ferrovia em seu lugar, com um papel muito mais amplo e importante ao povo brasileiro?

No geral não há mais sentido em serviço ferroviário que não seja autamente competitivo com, pelo menos, o rodoviário. Caso contrário difilmente será eficiente.

Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.