sábado, 24 de dezembro de 2011

O Jornalista e o diploma

Diploma. Por que não?
por Marcus Tavares*
A discussão sobre a exigência do diploma para o exercício do jornalismo voltou à tona. O Senado aprovou, em primeiro turno, a proposta de emenda constitucional que estabelece a necessidade do curso superior para a prática da profissão. Desde 2009, por determinação do Supremo Tribunal Federal, o diploma não é exigido.

Sou a favor, sim, do diploma. Não é uma questão de reserva de mercado. Mas de especialização necessária e indispensável para lidar, cada vez mais, com uma sociedade envolvida com a comunicação de forma onipresente e instantânea, onde todos são produtores e receptores de informação. Um direito importante que foi conquistado e viabilizado pelas novas tecnologias.

O que defendo é uma qualificação para aqueles que querem fazer do jornalismo, do ato de comunicar, seu meio de trabalho. Isso quer dizer que a obrigatoriedade do diploma não impede a colaboração de não-jornalistas. Nunca impediu e nem vai. Sejam como articulistas, comentaristas ou na figura do jornalismo cidadão.

A ética precisa ser discutida, sim, e cada vez mais, no espaço acadêmico. Assim como novas formas de produção, a estética e o conteúdo. Isso sem contar o estudo de áreas do conhecimento que vão dar estofo para a reflexão, para a conexão e para a formação cultural e intelectual do indivíduo, capaz de repensar o jornalismo, sua função, produto e comunicação com o público.

Com raras exceções, essa reflexão não acontece nas redações. Quando o jornalista entra para o mercado, ele entra numa roda-viva já formatada, sem oportunidade para debater o próprio trabalho (e aqui tomo a liberdade de parabenizar O DIA por abrir, há seis anos, esse espaço de opinião, no qual sempre debato e questiono temas ligados à educação e à mídia. Isso é um diferencial e prova de amadurecimento).

Creio que a universidade seja o caminho necessário — e por que não obrigatório? Não quero afirmar que os cursos de jornalismo não precisam repensar sua dinâmica. Mas percebe-se um esforço grande dos professores. Neste sentido, ganham a sociedade e os jornalistas.
*Marcus Tavares é Professor e jornalista especializado em Educação e Mídia
Fonte: http://www.odia.ig.com.br/

2 comentários:

Luiz Carlos Martins Pinheiro disse...

Amigo José Carlos Ferreia.

Entendemosd que a exigência legal de um diploma de nível superior para se exercer qualquer profissão só se justifica quanto se trate de profissão que seu exercício exija saber inidspensável á risco de vida e/ou de grandes danos patrimoniais.

Não deve ser apenas um reconhecimento de mérito, por mais ilustre que seja e muito para impedir a copetição com não diplomados.

Além de gerar uma casta, traz graves ônus com a instuição de órgãos dispendiosos, grandes cabides de empregos para fiscalizar o exercício profissíonal e que em geral muito pouco faze.

Oneram desnecessariamente dos beneficiários com suas cobranças várias.

O que importa a quem contrata um serviço profissional é a competência domesmo e esta não é garantia só pelo fato de ser diplomado e registrado.

Obviamente na contratação pricipalmente de profisionais sem experiência o diplomado sempre leva vantagem sobre o não diplomado, por questão de formação.

A aprovação no Senado foi uma manobra não regimental meio escusa dos interessados ao arrepio do grupo de senadores que está contra.

Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.

Marcus Rovani disse...

Como Jornalista formado,sem exercer a profissão, quero concordar com o texto, e me permita acrescentar alguma coisa! Se faculdade de jornalismo não ensina, de medicina, advocacia, engenharia entre outros cursos também não ensina a prática,e ninguém fala nada? É também uma questão de merecimento de algumas pessoas se auto-intularem jornalista apenas por escrever duas ou três linhas em jornal de bairro? E para terminar só uma classe mais unida para haver respeito dos patrões e profissionais não virarem massa de manobra, como acontece. E uma classe onde não sabemos quantos são e seu perfil, fica mais difícil uma união. Defendo também o Conselho Regional de Jornalismo para punir, se for o caso, os maus profissionais.