quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A dança das cadeiras

Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transporte), Nelson Jobim (Defesa), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) e Orlando Silva (Esporte).
Orlando Silva foi o quinto ministro a cair diante de denúncias de irregularidades em apenas dez meses de governo Dilma Rousseff (PT). Por outro motivo, a presidente perdeu ainda um sexto ministro: Nelson Jobim. Ele deixou o Ministério da Defesa, no início de agosto, depois de dar declarações que causaram desconforto no Palácio do Planalto.Todos os que caíram foram "abençoados" direta ou indiretamente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro foi o articulador político Antonio Palocci, que deixou a Casa Civil em junho, diante de notícias sobre sua evolução patrimonial entre 2006 e 2010. Um mês depois, Alfredo Nascimento deixou o Ministério dos Transportes; em seguida foi a vez de Wagner Rossi pedir demissão do Ministério da Agricultura e da saída do ministro Pedro Novais do Turismo.

Antonio Palocci
A primeira baixa do governo Dilma veio com a queda do ex-ministro-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, responsável pela articulação política do Planalto, que pediu demissão em 7 de junho, um mês depois da publicação de reportagem segundo a qual ele teve o patrimônio aumentado em 20 vezes entre 2006 e 2010. Ele foi substituído por Gleise Hoffmann (PT-PR). Na ocasião, Ideli Salvatti, que comandava a Pesca, assumiu a Secretaria de Relações Institucionais, trocando de posto com o então titular da pasta, Luiz Sérgio.

Alfredo Nascimento
O ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR-AM) deixou o cargo em 6 de julho, após denúncias sobre suposto esquema de superfaturamento em obras envolvendo servidores da pasta. Suspeitas de que o filho do ministro teria enriquecido ilicitamente em razão do cargo do pai agravaram a crise. Também foram demitidos diretores do Departamento Nacional de Infraestrutura de transportes (Dnit) e da Valec. Nascimento foi substituído por Paulo Sérgio Passos.

Nelson Jobim
O desgaste provocado por uma sucessão de declarações polêmicas sobre o governo e colegas de Esplanada levou à demissão do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, em 4 de agosto, titular da pasta desde o governo Lula. Reportagem publicada na imprensa havia creditado a ele críticas à ministra Ideli Salvatti, a quem teria chamado de "fraquinha", e a Glesi, de quem teria dito que "nem conhece Brasília". Antes disso, já havia declarado que votou em José Serra na eleição de 2010. Jobim foi substituído pelo ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

Wagner Rossi
O ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi foi o quarto integrante do ministério de Dilma a deixar o governo, em 18 de agosto. Ele argumentou que saiu do cargo a pedido da família. A pasta vinha sendo alvo de denúncias de irregularidades. A gota d’água foi reportagem do Estado de Minas denunciando o uso ilegal, por parte de Rossi e um dos filhos, do avião particular da Ourofino Agronegócios. Ele foi substituído por Mendes Ribeiro, indicado pelo PMDB.

Pedro Novais
Titular do Turismo, Pedro Novais, pediu demissão em 14 de setembro, alvo de investigações da Polícia Federal que levaram à prisão seu número 2, Frederico Costa. Saiu da pasta depois de nove meses e uma série de escândalos. A maioria das denúncias diz respeito à nomeação de apadrinhados e uso de verba pública para fins pessoais. Foi substituído por outro peemedebista, o deputado Gastão Vieira, maranhense aliado do presidente do Senado, José Sarney. Novais voltou à Câmara dos Deputados, onde cumpre o sexto mandato consecutivo.

Reforma ministerial
A presidente Dilma Rousseff sinaliza com uma reforma ministerial para janeiro de 2012 devem deixar o governo:
Carlos Luppi (Trabalho), Paulo Passos (Transportes) e Mário Negromonte (Cidades).

Um comentário:

Luiz Carlos Martins Pinheiro disse...

Amigo Carlos Ferreira

Que time de corrputos!

Será que sem eles a corrupção abranda?

Abraços, saúde e Paz de Crsito.
Luiz Carlos/MPmemória.