sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Tupi (Juiz de Fora)


Torcedores se reúnem para relembrar e comemorar título de 2001

           O dia em que o Tupi foi campeão mineiro tinha que seguir um script, escrito por Mário Helênio. Ele me avisou, num sonho em preto e branco, na madrugada de quinta-feira, que o Galo venceria por 3 a 1.

            Até o gol do América estava previsto. Foi a senha para que se relembrasse, pela última vez, dos outros jogos – todos que se materializaram em tragédias – e de outras épocas: o fracasso precoce em 1996; o empate sem gols com o Nacional de Uberaba e o choro compulsivo do técnico Jair Bala, em 97; o gol que Emílio perdeu contra o Uberlândia, em 98; a derrota para o Ipatinga por 3 a 0, em Santa Terezinha, em 99, numa partida que, também em função da chuva, ninguém ficou para ver o final, e a “nau dos insensatos” de 2000.
            Mas lá estavam Serginho (que fez o jogo da sua vida e achou André Luiz no bolo de camisas vermelhas), Alírio Júnior (o menino de Guarani, artilheiro do Galinho/2000 e que veio nos salvar em duas cobranças de falta – a primeira contra o Ipiranga), e Wesley (que cabeceou com extrema consciência a bola lançada por Alexandre Alvim).
            Foi o bastante para passarem, como cenas de cinema, lances da campanha: a primeira briga contra o Ipiranga, o surgimento de Alexandre Alvim com gols e mais gols, as vitórias fora de casa, os shows contra Ateneu e Ituiutaba, os empates em casa no hexagonal, o mergulho de Alexandre Fraga no segundo gol contra o Ipiranga, os milagres de Paulo César em Coronel Fabriciano...
            Estão dizendo por aí que o título de campeão mineiro da Segunda Divisão é o início de tudo – dias muito melhores ainda virão -, mas para mim é o fim. Das tormentas, dos pesadelos, de uma maldição que os fatos se encarregavam de transformar em verdade absoluta.
            De hoje em diante, não somos mais um time maldito, nem uma cidade esquecida pelos deuses do futebol, que finalmente se compadeceram do nosso desatino. Somos parte da história, dado de almanaque, uma foto na parede e temos uma faixa de campeão no peito.
            Paulo César, Serginho, Reginaldo, André Luiz e Moisés; Chem, Sérgio Alves, Jairo e Alírio Júnior, Wesley e Alexandre Alvim; Denílson, Cafu e Fabiano Guru; Manoel, Marcelo. Anselmo, Sérgio Bigode, Reinaldo, Marcelino, Daverson, Anderson, Thiago, Lelei, Reginaldo Silva, Rincón, Alexandre Fraga e Rodrigo Teixeira; Welington Fajardo e Ademir Fonseca. 
A todos vocês, muito obrigado!
*Ailton Alves é Jornalista

por Ailton Alves*
Há exatos dez anos, o Tupi Futebol Clube ganhou o Campeonato Mineiro do Módulo II e conseguiu o acesso à divisão de elite do Estado. Para relembrar e comemorar o feito, torcedores Carijós se reúnem hoje, a partir das 20h30, no Bar e Restaurante Caminho da Roça (Rua Espírito Santo, 738, Centro). Alguns dos jogadores campeões, assim como o técnico Wellington Fajardo estão sendo esperados para a festa.

     Naquele ano, o Galo foi campeão com uma campanha excepcional, coroada com a vitória, em casa, sobre o América de Alfenas, por 3 a 1 – gols de André Luiz, Alírio Júnior e Wesley, em agosto de 2001. Era o fim de um período de cinco anos, três meses e doze dias na segunda divisão do futebol mineiro.

       Veja abaixo a crônica do jogo, escrita pelo jornalista Ailton Alves, publicada no Jornal Diário Regional e no livro “A Saga dos Carijós”.

                                         Não há mal que sempre dure

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