sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ouro Preto-MG

“OURO PRETO COMPLETA  300 ANOS”: MUSEU TRAI A HISTÓRIA DO BRASIL

por Pettersen Filho
 
                      Marcada por Ruas Enfeitadas, Discursos Oficiais e muita Pompa, a Cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, a primeira a ser tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, no Brasil, fundada pelos Bandeirantes, ainda no Século XVIII, batizada com o nome de “Ouro Preto”, exatamente por ter sido lá descoberto o Metal Amarelo, “Ouro”, revestido por muita lama de Minério de Ferro, também comum na Cidade, determinando, pela coloração em que era encontrado, o nome da Cidade, Ouro Preto, está completando, essa Semana, 300 anos de fundação, repletos de História, Lendas, e muita...

                      Muita “Mentira” !
                      Posteriormente chamada de Vila Rica, tamanha a fortuna que havia depositada em seu subsolo, que logo despertou a cobiça da Metrópole Portuguesa, trazendo consigo a portentosa Inglaterra, a Cidade, uma das mais populosas no Mundo, ao seu tempo de glória e esplendor,  bancou, quase que sozinha, o Capital com que se realizou a Revolução Industrial, na Europa, restando-lhe, como herança, nos dias de hoje, tão somente a “Riqueza Encardida” dos seus Prédios, e Igrejas, Históricas.

                      Sendo, no entanto, “Palco” do maior Movimento de Libertação da Colônia, ainda em finais do próprio Século XVIII, em 1789, Ouro Preto viu ser debelada a Inconfidência Mineira, entrando para História, como Mártir da nossa Independência, o Alferes Tiradentes: Joaquim José da Silva Xavier.

                      História entoada, cantada, recitada e declamada em nossas escolas infantis, bem ao encontro do ávido interesse Republicano, foi somente em 1891, no entanto, dois anos após a Proclamação da República, que o nosso “Herói”, esquartejado e decapitado pela Devassa da Coroa Portuguesa, quando da Conjuração, em 1789, então, resgatado do Ostracismo Monárquico, quem, inclusive, teve a sua Casa “Salgada, para que nada mais nascesse ali”, e seus Herdeiros Proscritos, oportunidade em que, a República, então, recém instalada, e sedenta por um “Herói”, resgatou das Catacumbas da História o seu próprio “Herói Imortalizado”. 

                      Tido, no entanto, como um “Ator Menor” da Conjuração, Tiradentes, quem recebeu, após tosco Julgamento, todo o “Peso” da “Pena” imposta por Portugal, quando outros, mais graduados, foram degredados para a África, Thomas Gonzaga e outros Poetas, passa para a História, ademais, sem qualquer Julgamento que o contemplasse, quase que, como um “Personagem Obscuro” a Figura do Poeta Inconfidente, Cláudio Manoel da Costa, brasileiro formado em Coimbra/PT, muito embora sendo o verdadeiro “Homem Proeminente” da Coroa Portuguesa, no Brasil, tendo funcionado como uma espécie de Ministro da Fazenda de Portugal, responsável pela “Arrecadação” da Coroa, realizada na “Casa de Fundição” – ora Casa dos Contos, pertencente a Cláudio Manoel - justamente, morto, poucos dias após o evento da Inconfidência Mineira, a mais Alta Autoridade na Colônia, estranhamente, como uma espécie imprópria de “Castigo”, encontrado “Enforcado” na sua Casa – Casa dos Contos - hoje pertencente ao Ministério da Fazenda/Governo Federal, cuja administração incumbe à Casa da Moeda do Brasil, também responsável pela Memória Cultural, e Histórica, da época.

                      Menos preocupada, contudo, em relevar o “Conteúdo”, Histórico e Político do “Evento: Inconfidência Mineira”, ora menos relevante, em um Pais, que impõe ao seu Povo uma das maiores Cargas Tributárias do Planeta, de cerca de 40% do PIB – Produto Interno Bruto, bem menos que os 20%: “Quinto do Ouro”, imposto por Portugal, a Casa da Moeda acaba de lançar, na data comemorativa, Moeda Alusiva aos 300 anos da Cidade.

                      Inconformado com a “forma” que a Memória Nacional é tratada no Museu da Casa dos Contos, em Ouro Preto restrita a identificar, tão somente, as Moedas, e o Meio Circulante da época, como sendo mais importantes que a própria Inconfidência Mineira, em si, o Poeta, e Advogado, Antuérpio Pettersen Filho, autor do Livro Homônimo ao evento Histórico, intitulado “Inconfidente Mineiro”, após realizar Exposições Culturais em varias Cidades de Minas Gerais, acusa a Casa dos Contos de trair a Memória Nacional, e, após varias tentativas voluntárias de expor seu Trabalho no Museu, que recebe outras “Mostras – menos políticas”, ingressou, esse ano, com uma Ação na Justiça Federal, em Vitória/ES, onde mora atualmente, contra a Casa da Moeda e o Superintendente do Ministério da Fazenda, em MG, em que pleiteia o “Direito” de realizar sua Exposição na Casa, segundo a  interpretação Poética em que considera que teria se dado o Evento.

                      Contudo, preferindo a “Versão” engessada, e burguesa da História, a Fazenda Pública, ainda não “Citada” nos autos, nunca se manifestou quanto ao pleito do Poeta, oportunamente, ofuscado pelos “300 Anos de Ouro Preto”, e a tal Moeda Comemorativa ???

                      Comemorar, afinal, o quê ?

Fonte: http://www.paralerepensar.com.br/

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