quarta-feira, 6 de julho de 2011

Literatura

"Trevas no Paraíso: Histórias de amor e guerra nos anos de chumbo"
No início dos anos 70, quando a ditadura militar brasileira, escancarada, mandava prender, torturar e matar opositores, um jovem escritor de Minas, Luiz Fernando Emediato, pouco mais de 20 anos – escrevia histórias com títulos provocativos e incendiários, como "De como estrangular um general". Nada extraordinário para um jovem se, naquela época os generais não estivessem até matando quem se armasse contra eles.

Personagens reais, como os generais-ditadores Médici e Geisel, ou o jornalista Wladimir Herzog, torturado até à morte pela ditadura, misturavam-se a demônios, anjos e dragões que se moviam entre tiros e delírios na cidade imaginária de Mondoro, onde mulheres de seios pequenos e o alter-ego do autor, um escritor hesitante e angustiado, envolviam-se em histórias ardentemente eróticas, cheias de heroísmo, violência e coragem.

As dramáticas histórias, contos e novelas escritos por Emediato dos 20 aos 26 anos e publicados em três livros em 1977 e 1978  voltam agora, num volume único organizado pelo escritor Luiz Ruffato, com o título de "Trevas no Paraíso – histórias de amor e guerra nos anos de chumbo" (Geração Editorial, 352 págs., R$ 39,90). Além dos textos reunidos naqueles três livros: "Não passarás o Jordão", "Os lábios Úmidos de Marilyn Monroe" e "A Rebelião dos Mortos", publicados respectivamente pelas editoras Alfa-Ômega, Ática e Codecri. O novo volume traz dois contos publicados esparsamente, o conto que deu a Emediato o famoso prêmio do Concurso Nacional de Contos do Paraná, em 1971, quando ele tinha apenas 19 anos, e um inédito, uma longa história sobre a guerrilha do Partido Comunista do Brasil – PC do B na região amazônica do rio Araguaia.

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