domingo, 3 de abril de 2011

Teófilo Otoni-MG

A cidade que abraçou o Dragão
Teófilo Otoni se colore de vermelho e branco para curtir a boa fase do América local, que faz grande campanha no Campeonato Mineiro e enche os torcedores de orgulho
Teófilo Otoni , com 157 anos de história, conhecida no país pelo extrativismo e lapidação de pedras preciosas, como esmeraldas, águas-marinhas, topázio e quartzo, a tranquila Teófilo Otoni, cidade do Vale do Mucuri a 468 quilômetros de Belo Horizonte, comemora com entusiasmo a rápida ascensão do América-TO no Campeonato Mineiro. Animados com a posição de destaque do Dragão, os torcedores estão orgulhosos ao vestir a camisa alvirrubra e fazem muita festa. Nos bares, ruas, praças e até nas igrejas, o assunto do momento é a grande fase da equipe, que mostra capacidade, força e luta em pé de igualdade com adversários tradicionais por vaga entre os primeiros na classificação.

A euforia que tomou conta da vida do torcedor é justificável. A região do Vale do Mucuri jamais foi representada por um clube na elite estadual. O América-TO, fundado em 12 de maio de 1936, somente há três anos começou a buscar espaço no cenário do futebol mineiro e conquistar torcedores. Apesar das enormes dificuldades com a limitação dos recursos e a falta de estrutura, os dirigentes mostram competência administrativa, preocupam-se com o balanço financeiro e o pagamento em dia dos salários de jogadores e funcionários. A folha salarial do clube é de R$ 120 mil e a prefeitura dá uma ajuda anual de R$ 50 mil. Desde o ano passado, o Dragão mantém parcerias com Cruzeiro e Santos, que cedem ao alvirrubro atletas pouco aproveitados.

Na cidade, até quem não tem interesse no futebol ou nunca foi ao estádio se esforça para manter o clima de união em torno do sucesso. Muitos torcedores, inclusive, deixaram de lado a paixão por forças do país como Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo para apoiar o Dragão. De acordo com o comerciante Magno Lemos, gerente de loja de material esportivo, a venda de camisas do clube superou as expectativas do mercado local. Cada uma custa R$ 80. A onda contagia um ilustre conterrâneo: Fred. O atacante do Fluminense postou no Twitter o sentimento de orgulho pelo êxito americano.

Por causa da euforia, casas, pontos comerciais e praças se coloriram de vermelho e branco. Há bandeiras por todo o município.

Direito a baile
Os jogadores também curtem a boa fase e adoram o apoio das pessoas. Por isso, posam para fotos, distribuem autógrafos, frequentam os mesmos lugares e brincam com os inúmeros fãs. Alguns devem até comparecer a um baile hoje à noite, no Clube Cavaleiros Rosa Mística, promovido por uma das torcidas organizadas para arrecadar recursos e comprar material para os jogos, como camisas, bandeiras, fogos de artifício e confetes. “Esperamos que o grupo de jogadores nos apoie, pois queremos o bem do clube”, ressalta Rodrigo Sena, de 29 anos, um dos organizadores do evento.

Na última temporada, o América-TO, que terminara em terceiro lugar o Módulo II em 2009, só disputou o Módulo I pela primeira vez porque herdou a vaga do Rio Branco, de Andradas, que desistiu da competição. Os dirigentes não tiveram tempo de formar uma equipe de qualidade e contentaram-se em apenas lutar contra o rebaixamento – o objetivo foi conquistado com o 10º lugar.

Em 2011, o Dragão se preparou muito para fazer campanha de destaque. A permanência do técnico Gilmar Estevam, de 43 anos, vice-campeão e artilheiro do Estadual de 1991 pelo Democrata-GV e campeão da Copa Libertadores de 1992 pelo São Paulo, é um dos fatores do sucesso do time.

CONSIDERAÇÕES:
Faltou citar que a imprensa local também abraçou o time, com duas AM e duas FM transmitindo os jogos

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