quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Fluminense F.C.

1971 - A verdade

Dizem que uma mentira repetida várias vezes transforma-se em verdade. E isso pode acontecer de fato. Às vezes não só mentiras, mas a realidade distorcida ou subtraída de fatos relevantes, convenientemente esquecidos, pode ser repetida insistentemente, criando uma meia-verdade ou até uma mentira inteira. Essa mensagem é destinada principalmente aos tricolores mais jovens, que hoje são bombardeados com informações às vezes maquiadas de tempos em que eles ainda não acompanhavam o futebol ou mesmo sequer eram nascidos.

Não se deixem enganar, jovens tricolores. A versão preferida por alguns é muitas vezes diferente da realidade. São vários os exemplos: final de 1971, final de 1985, “invasão” corintiana em 1976, semifinal de 2002… Vamos, por enquanto, ficar apenas com a decisão do campeonato estadual de 1971, considerando a proximidade do clássico vovô.

O Fluminense teria sido ajudado pela arbitragem para conquistar aquele campeonato, fato jamais tolerado pela sofrida e chorosa torcida do Botafogo, ignorando como o seu time foi ajudado pelas arbitragens em 1989 e 1995. Mas isso não é problema nosso. Vamos aos fatos?

De fato, o árbitro José Marçal Filho validou o gol polêmico de Lula no último minuto da finalíssima. Marco Antonio teria feito falta no goleiro Ubirajara. Foi realmente falta? Tudo bem, suponhamos que sim. Mas como foi o resto do campeonato?

Aquele foi o último campeonato carioca disputado em dois turnos, com pontos corridos. O Botafogo chegou à final com a vantagem do empate, pois tinha um ponto a mais que nós. Esta vantagem esteve bem maior, porém os alvinegros, já se considerando os campeões, relaxaram. O Fluminense veio ganhando pontos e o Botafogo perdendo. Até que a diferença reduziu-se a um único ponto.

Voltando um pouco mais, a ÚNICA derrota do Flu naquele campeonato ocorreu justamente no jogo com o Botafogo do primeiro turno, com gol também ilegal. A falta que originou o pênalti marcado do zagueiro Assis sobre Jairzinho simplesmente não existiu. Na época, o ex-árbitro e então comentarista de arbitragem, Mario Vianna, gritava: “ILEGAL! ILEGAL!”

Vamos, pois, eliminar os efeitos dos erros de arbitragem. O primeiro jogo teria sido 0×0. O que ocorreria? O Botafogo teria menos um ponto e o Fluminense, mais um ponto (em 1971, a vitória só valia dois pontos). Então, a situação da final se inverteria: o Flu jogaria pelo empate! Anulado o gol de Lula na final, o jogo teria sido 0 a 0 e o Flu, CAMPEÃO INVICTO.

Então, jovens tricolores, não aceitem essas verdades absolutas que alguns querem impor. Anulados todos os erros de arbitragem, vemos que o prejudicado em 1971 foi na verdade o Fluminense, que teria sido campeão invicto, e não apenas campeão. Oportunamente exporemos aqui outros fatos semelhantes em que a verdade perde espaço para o mais impactante, para o que vende mais ou simplesmente para o que agrada mais a uns e outros.
Fonte: www.flusocio.com.br

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