quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

RIO DE JANEIRO : “A TRAGÉDIA POR DETRÁS DA TRAGÉDIA... ”

por Pettersen Filho

Tragédia “ nunca antes vista na História desse País ”, como se o convencionou dizer no ultimo Governo , pelo menos não, nas proporções dantescas com que se deu, há cerca de uma semana atrás, na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro , arrastada, como um “Dilúvio” à Arca de Noé Bíblica , guardada as devidas proporções, a chuva torrencial que pegou os Vales, e Rapinas das Cidades de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis , principalmente, atingiu, como um Tsunami Tropical as Montanhas Cariocas, ceifando, de resto, até o momento, cerca de pelo menos sete centenas de vidas...

Valendo-se, no entanto de um Governo ainda incipiente, que acaba de instalar-se no Poder , despreparado e inerte, diante do tamanho do Cataclismo , por mais que presumíveis, e normais, uma “avalanchezinha”, aqui, ou acolá, a cada Verão nas Regiões de Encostas , Brasil afora, ou Enchentes, que alagam, por vezes, também, o Vale do Anhangabaú , na própria Metrópole Paulistana , capazes de causar “Retenções no Transito”, outras vezes, arrastando esse Individuo , ou Aquele , mais despreparado, para as Galeria Pluviais , donde vive cerca de 60% da população Brasileira, ao contrário do que insinua a Grande Imprensa , ao passo que assiste as Autoridades , completamente despreparadas, trocarem “os Pés pelas Mãos”, o Fenômeno que se deu no Rio de Janeiro , ademais, não era de se esperar, nem na mais das férteis imaginações dos nossos “Repórteres” de ficção cientifica do Primeiro Mundo, ou nas Catástrofes de Hollywood.

Afinal, desde o Império , foi o próprio Pedro , “Imperador”, que escolheu, ali, em Petrópolis – homenageando o seu próprio nome, o seu refúgio, onde ergueu o seu Palácio de Inverno , e para onde se retirava, para encontros fortuitos com a sua amante, completamente maravilhado com a Região , mantendo-se, desde então, a Área, meio que preservada, com vigorosos resquícios da Mata Atlântica , ainda intocados, onde se ergueram Pousadas e Sítios , destinados ao Lazer e ao Agroturismo , acessíveis a poucos, e raros, Abastardos , muito diferente das “Reais” Regiões de Risco : Beiras de Rios Urbanos, Marés e Favelas, do Grande Rio de Janeiro, Baixada Fluminense, Subúrbios Paulistas, de Salvador, Recife, Porto Alegre ou Belo Horizonte, enfim, Paisagem Comum das nossas “Grandes Cidades”, por onde se precipitam, ao contrário de Petrópolis , por exemplo, as maiores ocupações, mortíferas e desordenadas.

Tratado com grande estardalhaço , no entanto, o “Evento”, enquanto ainda se contam os corpos, com a População Local , absolutamente chocada, com a real Tragédia , serviu para aquilatar o que de Mais Humano , e Monstruoso , há no “Espírito do Homem”...

Assim, enquanto eclodem as primeiras Imagens do verdadeiro “Holocausto Serrano”, com pessoas sendo retiradas debaixo de toneladas de escombros, içadas por cordas improvisadas, com famílias inteiras ilhadas, ou dizimadas, em que uns poucos Heróis Anônimos se destacam, salvando Um aqui, Outro ali, diante da inércia das Forças Regulares : Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Forças Militares, em meio às Promessas de um inepto “ Sistema Nacional de Alarme e Prevenções ”, de nome pomposo, bem à Caráter da Solenidade que o “Momento” exige, como se a Realidade de Petrópolis , por exemplo, se adequasse a do Sertão Pernambucano , ou da Hiléia Amazônica , do muito, afinal, Prometido , o que se espera, se mantida a nossa Tendência Política, é que do “Tudo”, passados alguns meses da Tragédia , nada advirá.

Da mesma forma, porquanto se mobilizam a Cruz Vermelha, Ongs e Entidades Filantrópicas, aqui e acolá, já se prenunciam os casos dos que desviam donativos aos desabrigados, diante da verdadeira “Sanha”, dos Políticos , ora blindados por Obras, e Compras sem Licitação, dispensados de tal, pelo Estado de Calamidade Pública Decretado...

Isso sim: Um verdadeiro Dilúvio.

Dessa feita, ora, resumindo-se o “Mundo” Inteiro, a Tragédia do Rio de Janeiro, “que Deus o tenha”, ao vivo e a cores, como o foi o “Morro do Alemão”, mês passado, uma vez passada a “Luz dos Holofotes”, o que se antevê, é que mais uma vez, na dura realidade Tupiniquim , o “Guarda Chuvas” somente chegou depois de passada a Tormenta, quando, para nada mais servirá...

Será ???

“Que Deus tenha piedade de nós ! ”
Fonte: http://www.abdic.org.br/

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