domingo, 21 de novembro de 2010

Imóveis históricos são restaurados em Belo Horizonte

Salvos da ruína, imponentes prédios da fase áurea de BH se reintegram à paisagem urbana

Eles já estão na terceira idade e testemunharam o desenvolvimento que o engenheiro Aarão Reis planejou para Belo Horizonte. Foram concebidos na época em que a capital florescia como centro importante de negócios. Estiveram presentes em momentos áureos da cidade e guardam memórias valiosas das primeiras décadas de vida de BH. Muitos já foram abandonados um dia e estiveram à beira da ruína. No entanto, graças a iniciativas louváveis, se reergueram, receberam tratamento especial e voltam à cena urbana em grande estilo. Construídos no início do século 20 e em avançado estado de degradação, os prédios foram restaurados e adaptados para novos usos. Além de deixar a paisagem mais bela, ajudam a manter viva a história e provam que o antigo pode conviver em harmonia com o contemporâneo.

O Sesc Lace (foto), na rua Caetés esquina com rua São Paulo, foi erguido no miolo da efervescência econômica da cidade.

O imóvel na esquina da Rua Timbiras com Espírito Santo é um exemplo de que nunca é tarde para se fazer um resgate cultural. Conhecida como Casa Amarela, a construção é de 1898 e reflete o estilo neoclássico que predominou na arquitetura dos primeiros anos da capital. Projetado como residência, o imóvel passou por períodos conturbados. Foi abandonado pelos moradores e, em 1994, tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural. Em 1998, foi aprovado projeto que o transformaria em um Café Conserto. Um ano depois, um incêndio jogou por terra a ideia de revitalização do lugar, que se tornou moradia de mendigos por muitos anos.

Mas a história que parecia encerrada ganhou um final feliz. Em 2007, a casa foi adquirida pela prefeitura. O local receberá a sede de uma Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei). O projeto, assinado pelos arquitetos Marcelo Amorim e Silvana Lamas da Matta, foi premiado na 10ª edição do concurso do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/MG). Dois terrenos ao lado foram incorporados à casa. A inauguração da Umei está prevista para o aniversário da cidade, em dezembro. Cerca de 400 crianças serão atendidas na unidade.

Degradação
Outro importante imóvel da cidade que estava jogado às traças e vai ganhar destinação nobre é o edifício Lutétia, na Rua São Paulo, 679, no Centro. Erguido em 1940 em estilo art-déco, abrigou lojas de referência na cidade. A mais famosa foi a Perfumaria Lourdes. Fundada em 1945, se tornou reduto de damas da alta sociedade nos anos 1940. Com o fechamento da loja, o Lutétia foi vítima do esquecimento e degradação. Apesar de tombado, o prédio perdeu o glamour nos últimos anos, quando foi desativado e coberto por tapumes.

Agora, o imóvel histórico terá um novo destino. Vai se transformar na Casa de Direitos Humanos do governo do estado. O local vai abrigar os 10 conselhos estaduais vinculados à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, o Centro Integrado da Mulher, o Centro de Referência de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, o Escritório de Direitos Humanos, o Disque-Direitos Humanos, o Núcleo de Atendimento às Vítimas de Crimes Violentos e a Diretoria de Registro de Entidades e Trabalhadores de Assistência Social.
Fonte: www.uai.com.br

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