sábado, 22 de maio de 2010

A MAIORIA ESTÁ COM O DUNGA

Carlos Roberto Sodré*
Ter a maioria. È sempre um bom negocio? Tenho andado por aí, hoje mais do que antes. O que ouço da torcida brasileira são palavras de confiança. Mas uma onda de desconfiança ronda a cabeça de muitos. Quero reiterar, Dunga que sempre estive do seu lado. Na alegria, na tristeza, em casa ou fora eu sempre disse que você tinha crédito comigo.

Depois que assisti às aulas, de filosofia e sociologia, com a professora Maria do Carmo Mello, na Faculdade Governador Ozanam Coelho, aprendi que nem sempre a maioria tem razão. E é aí que o título de minha crônica cai um pouco em contradição, mas tudo bem.

Nas minhas andanças pelas ruas da cidade de Ubá, já observo a torcida canarinho, providenciando a tinta nas cores da Bandeira do Brasil para colorir ruas e sacadas de suas casas e prédio. Esse é o espírito do povo brasileiro, quando o assunto é futebol. Nós, todos nós temos que entender que a Seleção Brasileira de Futebol não vai ganhar sempre. Não tem de ganhar sempre. Esse pensamento de que quando o time ganha o técnico é um gênio, mas quando perde... Dunga foi muitas vezes contestado, mas o que dizer, hoje, da campanha que fez na copa América, por exemplo. Gostei de ver o treinador brasileiro dizer que o seu principal objetivo, no momento que assumiu o cargo, era fazer o atleta brasileiro sentir orgulho, emocionar-se em vestir a camisa do Brasil. Foi o que aconteceu com Gilberto Silva: chorou de lágrimas descerem pelo rosto. Chorou como criança, quando a bola cai no quintal de um vizinho... Aquele com cara de poucos amigos.

Ouvi muitas vezes, e sei que você também ouviu que o Dunga não tinha experiência para dirigir a Seleção Brasileira de Futebol. Ora bolas, até quando vamos deixar a paixão decidir, ao invés da razão? Se fosse assim um professor recém formado nunca poderia lecionar em uma sala de aula; um motorista que acabara de tirar sua CNH, carteira nacional de habilitação, não poderia pegar a estrada. Se o professor foi aprovado é porque teve aproveitamento suficiente; o mesmo acontece com o motorista: se saiu com a carteira nas mãos é porque o examinador sentiu confiança. Sempre tem que ter a primeira vez. Esta é a primeira vez de Dunga. Até aqui o seu aproveitamento é incontestável. Depois, se não ganhar a Copa do Mundo de futebol, alguns irão dizer: Ah, se tivesse levado o Adriano...

No mundial que começa no mês que vem na África do Sul, muitas são as seleções que também almejam o título. Quando se trata de futebol a discussão é longa. Só não podemos esquecer que mesmo durante a disputa do mundial o Brasil continuará tendo seus problemas. É gente roubando o país; crianças fora da escola; gente morrendo nos corredores de hospitais sem atendimento; desigualdades sociais nos quatro cantos do nosso país.

Portanto, quando a bola rolar, esqueçamos dos problemas, mas só durante os noventa minutos. Que o Brasil conquiste o hexa, mas se não der, preserve o Dunga cidadão!
*Carlos Roberto Sodré é Locutor Esportivo

Um comentário:

Anônimo disse...

Assino embaixo.