quinta-feira, 4 de março de 2010

Tancredo Neves - 100 anos

Tancredo de Almeida Neves (São João del-Rei, 04 de março de 1910 — São Paulo, 21 de abril de 1985) foi advogado, empresário e político. De ascendência portuguesa e austríaca. Filho de Francisco de Paula Neves e Antonina de Almeida Neves, transferiu-se para Belo Horizonte, após concluir os estudos em sua cidade natal. Na capital mineira, ingressou na Faculdade de Direito da na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tendo exercido o cargo de promotor-público. 1955 Dedica-se à articulação da candidatura do conterrâneo Juscelino Kubitschek à Presidência da República. Tancredo é nomeado diretor do Banco de Crédito Real de Minas Gerais pelo governador Clóvis Salgado, que substituiu JK. Juscelino vence as eleições. 1956 JK é empossado, tendo Tancredo Neves como conselheiro político. 1960 Candidata-se ao Palácio da Liberdade, mas perde para o udenista Magalhães Pinto, por 760.427 votos contra 680.538 de Tancredo. O udenista Jânio Quadros se elege presidente da República. 1961 Jânio Quadros renuncia em 25 de agosto, enquanto o vice-presidente João Goulart (PTB) visita a China. Ministros militares vetam a posse de Jango, acusando-o de ter ligação com os comunistas. Tancredo e outros líderes buscam uma fórmula para evitar o impasse constitucional. Propõe-se a conversão do presidencialismo em parlamentarismo. Tancredo viaja para o Uruguai, convence Jango e a emenda é aprovada. Goulart assume em 7 de setembro e indica o mineiro como primeiro-ministro. 1962 O primeiro gabinete parlamentarista enfrenta vários problemas. Crescem a insatisfação social, as greves e os protestos. João Goulart defende abertamente a volta do presidencialismo e o gabinete se demite em 6 de junho. Em outubro, o ex-primeiro-ministro Tancredo Neves se elege deputado federal. 1963 Plebiscito restaura o presidencialismo. Tancredo é escolhido líder da maioria na Câmara. 1964 Tenta evitar que o presidente compareça a ato público, em 30 de março, convocado por sargentos que questionam a hierarquia militar. Jango vai. Dia 31, golpe depõe o presidente, substituído pelo general Humberto Castelo Branco. Era o início dos anos de chumbo. 1965 Apoia o correligionário Israel Pinheiro ao governo de Minas. Após o governo militar impor o bipartidarismo, opta pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), onde se abrigam forças oposicionistas. 1966 Tancredo é reeleito deputado pelo MDB. Em 1968, o AI-5 põe fim ao estado democrático de direito. 1970 Tancredo se reelege deputado federal com a maior votação em Minas: 57.094 votos. 1973 Tancredo lança a "anticandidatura" de Ulysses Guimarães à Presidência. O general Ernesto Geisel é o novo presidente do país. 1974 A anticandidatura de Ulysses Guimarães dá fôlego ao MDB, que conquista 16 das 22 cadeiras no Senado. Tancredo volta a se candidatar a deputado. 1978 Elege-se senador por Minas. 1979 Extingue-se o bipartidarismo. Tancredo forma o Partido Popular com integrantes da antiga Arena. 1981 Em 7 de junho, é eleito presidente do PP nacional e exige a volta da legalidade. 1982 Inviabilizada a política de alianças arquitetada por Tancredo, ele enterra o sonho do PP e passa a defender a fusão das correntes oposicionistas em uma só legenda. PT, PDT e PTB rejeitam a ideia, mas peemedebistas e pepistas a aprovam. PP e PMDB se fundem em fevereiro. Tancredo se elege governador de Minas - a primeira eleição direta desde 1965. Tem 2.667.597 de votos. 1983 Tancredo monta secretariado contemplando forças políticas que o elegeram. Nomeia o vice-governador Hélio Garcia para a prefeitura de Belo Horizonte. Herda estado endividado, com apoio do governo federal para rolar a dívida e recorre a financiamentos. No fim do ano, o deputado mato-grossense Dante de Oliveira (PMDB) propõe emenda constitucional propondo eleições diretas para presidente. A emenda mobiliza a opinião pública, acirra descontentamento com o governo de João Baptista Figueiredo e expõe o desgaste do regime. 1984 A campanha das diretas conquista o Brasil. Cerca de 30 milhões de cidadãos participam de comícios e eventos. Tancredo sobe aos palanques, mas não acredita na aprovação da Emenda Dante de Oliveira. A emenda é derrotada em 25 de abril. Dissidências no PDS se explicitam, reforçando a possibilidade de vitória de Tancredo no Colégio Eleitoral. Quatro candidatos se apresentam no partido governista: Aureliano Chaves, Mário Andreazza, Marco Maciel e Paulo Maluf. A proposta de realização de prévias partidárias traz crise à legenda, com a renúncia do presidente, José Sarney. A ruptura beneficia o mineiro: sem chances de concorrer, Aureliano apoia o governador. Em 29 de junho, Tancredo é lançado à disputa no Colégio Eleitoral. Paulo Maluf derrota Andreazza na convenção pedessista. Em agosto, Tancredo renuncia ao governo de Minas, substituído por Hélio Garcia. Com José Sarney, lança candidatura à Presidência. 1985 Em 15 de janeiro, Tancredo derrota Maluf no Colégio Eleitoral por 480 a 180 votos. Pedetistas e dissidentes do PDS e do PT apoiam o mineiro. No fim do mês, visita os EUA e países da Europa. Dores abdominais o incomodam. Na madrugada do dia 15, com dores abdominais, é operado no Hospital de Base de Brasília. A doença provoca impasse sobre quem seria empossado na Presidência: José Sarney, vice-presidente eleito, ou Ulysses Guimarães, presidente da Câmara. Ulysses defende Sarney é empossado no dia 15. Tancredo é transferido para o Instituto do Coração, em São Paulo, e passa por série de cirurgias. Morre em 21 de abril, depois de 34 dias de agonia. Em 24 de abril, o corpo de Tancredo é enterrado em São João del-Rei.

Um comentário:

Anônimo disse...

Salvo erro, Tancredo pretou serviço durante o governo Vargas, se ocorreu qual o motivo de n ão constar?

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