sábado, 7 de novembro de 2009

Fluminense e Palmeiras

A Copa Rio foi criada após o Brasil perder a Copa do Mundo de 1950, como forma de melhorar a auto-estima da população brasileira, cujo estado era de desânimo e aproveitar o sucesso da Copa realizada no Brasil, que havia sido um enorme sucesso de midia e de público, só vindo a perder o posto de Copa com maior média de público da história, em 1994 . As Copas Rio foram torneios patrocinados pela Prefeitura do Rio de Janeiro, com organização sob responsabilidade da CBD (Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF, que depois repassou-a ao Fluminense, sem deixar de ser a responsável perante a FIFA) e autorizados pela FIFA . Em Março de 2007 a FIFA, após detalhado dossiê enviado pela Sociedade Esportiva Palmeiras, campeã deste torneio em 1951, reconheceu-o como um Campeonato Mundial de Clubes, segundo interpretação da imprensa, o que depois foi revisto Na final o Palmeiras foi campeão ao empatar no Maracanã por 2 a 2 com a Juventus (havia ganhado o primeiro jogo por 2 a 1 em São Paulo), apoiado por mais de 100.000 torcedores presentes, em sua maioria cariocas, que viam na vitória do Palmeiras uma forma de atenuar a dor da perda da Copa do Mundo no ano anterior . Aliás, jogo curioso aconteceu em 2 de Março de 1952, pelo Torneio Rio-São Paulo daquele ano, quando o Fluminense recebeu Palmeiras no Maracanã. Antes do jogo o Palmeiras deu a volta olímpica com uma faixa agradecendo a torcida carioca o apoio recebido na Copa Rio de 1951, sendo intensamente ovacionado pelos 31.930 torcedores presentes (25.437 pagantes). Ali estavam presentes o campeão da Copa Rio 1951 e o futuro campeão da Copa Rio 1952 em um encontro marcado pelas homenagens recíprocas. Um jogo com este espírito, teve no resultado de 2 a 2 o reflexo dos sentimentos de fraternidade e esportividade que foram registrados antes da partida, entre os clubes das colônias italianas do Rio de Janeir e de São Paulo, respectivamente. Estava prevista a realização de outra edição da Copa Rio em 1953, mas esta edição foi antecipada em homenagem ao cinquentenário do Fluminense Football Club, Decano dos grandes clubes brasileiros . Em 1952, para haver a realização de um torneio internacional, inclusive o próprio deslocamento dos clubes, teria que haver a chancela da FIFA . A única dúvida que perdura sobre a legitimização da Copa Rio 1952 como Campeonato Mundial de Clubes é o que foi que a FIFA autorizou, qual era o espírito deste torneio . Como no ano anterior, as dificuldades para o alinhamento dos oito concorrentes foram muito grandes e além disto houve um verdadeira batalha de demagogia na Câmara Municipal, onde vários vereadores decidiram não permitir o aumento dos ingressos, medida tão comum em se tratando de jogos internacionais. O Fluminense, que tomou para si a responsabilidade de promover a segunda Copa Rio, diante da luta que sustentou, teve fases de desânimo e chegou mesmo de uma vez a anunciar que desistiria de promover a Copa. Mas ao final de tudo a situação foi contornada, com uma verba de auxilio sendo aprovada pela Câmara Municipal. Cabe salientar que alguns mal informados tentam dizer que o Torneio Rivadávia Meyer, realizado em 1953 seria uma continuação das duas Copas Rio, mas este torneio já não tinha o patrocínio da Prefeitura (motivo pelo qual não tinha o nome de Copa Rio) e que por isto não teve adesão internacional (com muitas negativas aos convites), tendo sido um fracasso técnico (com alguns participantes brasileiros sendo convidados na última hora, sem se prepararem adequadamente para ele) , de mídia e de público, quando comparado às Copas Rio, embora tenha tido o seu valor. Eu li os jornais da época e para mim isto seria o suficiente, mas segue para o leitor parte do artigo sobre a Copa Rio 1952 publicado no Anuário do Esporte Ilustrado 1953 : "Um detalhe que acabou marcando, de forma mais expressiva a II Copa Rio, é que ela foi a segunda e última. Em verdade, não se sabe bem porquê, cinco clubes do Rio e de S. Paulo reuniram-se e resolveram forçar a C.B.D. a extinguir a Copa Rio. Deixaram a entidade máxima com um torneio internacional na mesma época, mas com outro nome e outro regulamento. Inclusive aumentando o número de concorrentes brasileiros, que agora serão quatro: dois do Rio e dois de S. Paulo. E essa fórmula nova deverá começar a vigorar agora, neste ano de 1953". - UMA GRANDE VITÓRIA TRICOLOR EM SÃO PAULO : 07/11/2001 - PALMEIRAS-SP 2 x 6 FLUMINENSE-RJ - CAMPEONATO BRASILEIRO Estádio Palestra Itália - Parque Antártica - São Paulo / SP - Brasil - Horário: 16h00 - Público: 6.289 pagantes - Renda: R$ 62.490,00 Árbitro: Heber Roberto Lopes (RJ) - Assistentes: Roberto Braatz (PR), Rogério Rolim (RJ) Palmeiras (São Paulo/SP): Sérgio, Alexandre, Galeano, Leonardo, Daniel, Fernando, Magrão (Juninho), Lopes, Pedrinho, Misso (Róbson), Muñoz (Donizete) - Técnico: Márcio Araújo Fluminense (Rio de Janeiro/RJ): Murilo, Flávio, André Luís, Régis, Paulo César, Marcão, Sidney, Fernando Diniz, Róger (Jorginho), Roni (Andjel), Magno Alves (Caio) - Técnico: Oswaldo Oliveira Cartão amarelo: Daniel (Palmeiras) - cartões vermelhos: Galeano (Palmeiras), Fernando Diniz (Fluminense) Gols: Muñoz (Palmeiras), 2 min, Róger (Fluminense), 16 min, Sidney (Fluminense), 19 min, Magno Alves (Fluminense), 21 min, Roni (Fluminense), 29 min, Róger (Fluminense) (pênalti), 47 min primeiro tempo, Magno Alves (Fluminense), 28 min, Pedrinho (Palmeiras), 36 min segundo tempo Colaboração:Alexandre Magno Barreto Berwanger

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