Carlos Roberto Sodré*
Foi assim que ouvi um colega de rádio iniciar seu programa num dia desses. Luiz Carlos Pity, (Rádio Ubaense), disse que a LAU – Liga Atlética Ubaense - está torcendo para chegar o mês de setembro. É fácil entender por que. Com a chegada do citado mês, normalmente, inicia-se o campeonato regional de futebol. Que o presidente e muitos outros adoram chamar de campeonato show. Até agora a entidade maior que comanda o nosso futebol não conseguiu promover o campeonato municipal. Este sim, é o único campeonato que podemos chamar de oficial. Lembro-me que no ano passado o presidente da LAU, José Lourenço Brandão, disse que realizaria o campeonato municipal de qualquer jeito, ou seja, não mediria esforços para realizar a competição. No entanto não passou de mais uma promessa. Não conseguiu, e, pelo que parece este ano também não vai conseguir, e o campeonato regional vem em setembro para salvar o ano. Vai ser assim até quando? O que faz em Ubá e na região um jovem de quinze a vinte anos, em termos de futebol? Nada não é mesmo? Alguém deve está dizendo: ele esqueceu da Copa Silvio Braga. Eu te digo que não esqueci. A Copa Silvio Braga é boa, mas poderia ser ótima. Tem lá os seus defeitos. E é justamente isso que vem arruinando o futebol daqui da terra. Terra que já revelou Guará e Nicola para o Atlético Mineiro e para o mundo, Álvaro para o América do Rio de Janeiro e para o mundo. Promove um campeonato no final do ano que leva o dirigente quase a um nocaute, precisando assim de um tempo para se organizar, e, sobretudo, organizar as finanças. Às vezes pede-se um tempo, mais de um ano, às vezes dois para recuperar o dinheiro que perdeu com o campeonato show. Muitos perdem com esse tipo de competição, mas perde principalmente o nosso futuro craque, aquele candidato à craque que num campeonato aberto nunca poderá mostrar seu valor. O tempo passa e o candidato desiste. Vem o outro e desiste também e assim vem acontecendo ao longo da história. Se deixasse pra lá o campeonato show e começasse hoje a se preocupar com as outras categorias, certamente daqui cinco anos teríamos histórias interessantes para contar. Enquanto isso estamos indo todos a nocaute. Estamos perdendo nossa dignidade e nossa identidade. O futebol de Ubá e da nossa região precisa voltar a exportar craques e não o caminho inverso.
*Carlos Roberto Sodré é Locutor Esportivo e estudante Universitário em Ubá-MG
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