quinta-feira, 25 de junho de 2009

Rádio Digital

Rádios via FM serão desligadas em 2015 na Inglaterra, diz relatório Um relatório do Digital Britain (Departamento para Cultura, Mídia e Esportes) divulgado, (16/06), aponta que as estações de rádio via FM (frequência modulada) serão transmitidas apenas até 2015 em países do Reino Unido. A estimativa foi baseada no objetivo do governo para que todas as estações transmitam apenas em sinal digital. O ministro das Comunicações Stephen Carter confirmou que o rádio analógico tem data de desligamento para 2015, segundo informou o secretário de Cultura, Ben Bradshaw, para a Casa dos Comuns britânica hoje. Segundo o jornal "The Daily Telegraph", o desligamento de todas as estações de rádio nacionais --e a maioria das locais-- é uma meta que ambiciona a migração para o sinal DAB (Difusão de Áudio Digital, na sigla em inglês). Em países do Reino Unido, a frequência digital (com internet inclusa) responde por 20,1% de todas as audições nos três primeiros meses de 2009, de acordo com dados da organização Radio Joint Audience Research. Dentro do número, o sinal DAB responde por 12,7% das audições digitais. "Para que o rádio prospere na era digital, nós precisamos de uma estratégia digital e, em uma primeira atitude, encorajamos o Digital Britain a iniciar um plano de metas para o futuro da nossa indústria. Essa é a nova prioridade", diz o diretor-executivo do RadioCentre, Andrew Harrison. Do Tributo ao Rádio do Rio de Janeiro Como vemos, o rádio digital caminha a passos largos no Primeiro Mundo. Aqui neste país de tolos, o ministro Hélio Costa prefere fazer turnê nacional de inauguração de canais de TV digital, ao invés de trabalhar pela implantação do rádio digital. Durante os últimos anos, Hélio Costa trabalhou lado a lado com o lobby em favor do sistema de rádio digital IBOC americano, que é inferior ao DAB europeu e é mais caro, inviabilizando a sua implantação em rádios pequenas e rádios comunitárias. Várias rádios gastaram dinheiro para testar o sistema IBOC, como as rádios dos sistemas Globo e Associados. Se deram mal: todas elas tiveram uma considerável queda do nível de sinal, como a poderosa Tupi AM carioca. Em São Paulo, aconteceu o mesmo com várias AMs. Só escaparam as rádios cujas cúpulas previram o fracasso do IBOC no Brasil. Tutinha, o homem do grupo Jovem Pan, disse claramente que não confiava no IBOC, e não implantou o sistema nas rádios do seu grupo. Agora colhe os louros da boa visão. Foi preciso que uma boa alma alertasse o ministro Hélio, para ele desistir de implantar o IBOC e abrir outra consulta pública. O resultado é que várias AMs que caíram no conto do ministro estão adotando a solução mais porca para solucionar o problema da piora de sinal: estão colocando seus sinais simultaneamente em FM. Como é o caso vergonhoso da Tupi AM, da CBN, da Bandeirantes AM de São Paulo... A Tupi AM e seus comunicadores espalham aos quatro ventos que o FM é tecnologia de ponta, só porque mais novo que o AM e está presente em todos os aparelhos de MP3 e telefones móveis. "Tupi em todos os rádios", é o lema da campanha da Tupi a respeito de seu imoral sistema de transmissão AM+FM. Na Holanda, os tecnocratas do rádio ordenaram o fim de todas as transmissões em AM. Quem não virou "AM em FM" saiu do ar. A segmentação do rádio se deu mal, enquanto o DAB não chega por lá. A verdade é que tanto o AM analógico como o FM analógico são tecnologias ultrapassadas, e o rádio tem que caminhar rumo à digitalização. É isso que tem que ser colocado na cabeça do Ministro das Comunicações e dos tecnocratas do rádio, do Governo e das emissoras. O rádio digital permite uma quantidade e uma variedade maior de emissoras. E, se for adotado um sistema de banda distinto do AM e do FM, como o DAB, poderão ser abrigadas todas as atuais AMs e FMs de todas as localidades, mesmo as rádios do saturado dial paulistano, e ainda poderiam abrir espaço para mais rádios diferentes. Adotando-se uma banda abrangendo todas as atuais AMs e FMs, acabariam os discursos imorais pró-AM em FM e pró AM+FM. Deve-se tomar cuidado para não entregarem os canais digitais aos mesmos membros do atual Mercadão das Drogas de Rádio. Senão, o dial digital ficará como o dial analógico: tomado pela jabazaria, pela politicagem ideológica e partidária, pela politicagem futebolística e pelos picaretas de Cristo. Continuemos brigando por um rádio decente e democrático, tanto analógico como digital. Fonte: www.radiorj.com.br

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