domingo, 28 de junho de 2009

O Jornalista e o diploma

EU TINHA UMA PROFISSÃO Maurílio Moura Miranda* - Senhor Maurílio Moura Miranda qual é a sua profissão? - O que? - Senhor Maurílio qual é a sua escolaridade? - Escolaridade..., escolaridade..., a sim, desculpe. Sou formado em Geografia, História e Estudos Sociais. Como profissão pode colocar também radialista, avicultor ou pequeno produtor rural. A senhora me desculpe-me, acontece que até o inicio desta semana que passou eu estava acostumado a responder simplesmente que a minha profissão era JORNALISTA, mas ela acabou. Ou melhor, o Supremo Tribunal Federal decidiu que aquele meu diploma que lutei muito para conquistar, inicialmente nas Faculdades Santo Tomás de Aquino e depois nas Faculdades Integradas de Uberaba (FIUBE), não vale mais nada. Hoje estou até arrependido de durante tantos anos ter ignorado estas minhas outras profissões, muito honradas, para dizer que era orgulhosamente um JORNALISTA Acontece que ser JORNALISTA era um sonho de criança. Foi por este sonho que comecei bem jovem no rádio e um dia quando me ofereceram uma carteira de JORNALISTA PROVISONADO, preferi fazer o vestibular da FISTA. E como foi bom. Como valeu a pena. Lá pude conviver com grandes colegas, alguns hoje figuras importantes como Nárcio Rodrigues, Lídia Prata, Gislene Martins, Ramon Magela, Denise Mendes, Luiz Bartonelli, Margarethe, Valter Farnesi e vários outros cuja memória, não muito clara no momento pelas emoções, e decepções, dos últimos dias me faz esquece-los. Foi bom pelo timaço de Professores assim do nível de Paulo Rodrigues, Paulo Roberto, Davi Protti, Irmã Patrícia, Décio Bragança, Newton Mamede, Zilma Bugiatto, Dedê Prais e vários outros que pelos mesmos motivos do esquecimento de vários colegas agora também me fogem da memória, Foi com eles que aprendi um pouco de ética, redação, prática de jornalismo, fotografia, rádio, televisão e etc, etc,. Foi muito bom, pelos sonhos, pela convivência, pelas festas de formatura, tive duas, pois por motivo de excesso de trabalho comecei com uma turma e terminei com outra. Graças ao meu diploma de jornalista fui aprovado no serviço público onde hoje me encontro aposentado. Fico triste por saber que muitos colegas não poderão ter mais este privilégio. Ser JORNALISTA em pouco tempo não significará ter freqüentado bancos escolares por vários anos, ali ter aprendido e sonhado. Provavelmente será direito de qualquer cidadão que por vocação, proteção, ou outros diferentes motivos, ocupará redações, microfones. assessorias e etc, independentemente de ter, ou não, uma formação técnica e acadêmica. Hoje não sei dizer se isto será bom, ou ruim, para aqueles que como eu sonharam um dia em falar de peito estufado e cabeça erguida: Minha profissão? Sou JORNALISTA. *Maurílio Moura Miranda é diretor de esportes da Rádio Sete Colinas AM/FM, de Uberaba-MG. Fonte:www.ligeirinhouberaba.blogspot.com

Nenhum comentário: