terça-feira, 23 de junho de 2009

O Jornalista e o diploma

Wagner Augusto Álvares de Freitas* Caros Colegas dessa imensa comunidade virtual: Quero expressar minha modesta opinião acerca da absurda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que aboliu a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão. No ritmo em que medidas como essa vão sendo tomadas, daqui a pouco vão cassar a Lei Áurea com a desculpa de diminuir o famoso Custo Brasil... Tudo o que ocorre no Brasil vira panaceia. Essa história do fim da obrigatoriedade do diploma é antiga e não foge à regra. Não vai acontecer nada de bom a partir de agora: o mercado vai continuar cada vez mais persa, já que a oferta de "profissionais" aumentará sensivelmente, o nível da imprensa continuará no mesmo patamar, ou seja, bem próximo do chão... Não sei de onde nasceu essa convicção de que existem pessoas altamente capacitadas para exercer o jornalismo e não o fazem devido à exigência do "canudo". Ora, a não ser que seja a Madre Teresa de Calcutá ou o Dalai Lama, ninguém "altamente capacitado" vai deixar seu ofício de origem para trabalhar em jornal, rádio ou televisão para ganhar R$800,00 por mês. Os que não têm diploma e que vão querer concorrer com os formados serão mesmo uma ralé, ou alguém diplomado em alguma coisa e que não deu conta de se firmar no seu ofício de origem. Penso que jogaram a água suja fora e o bebê junto. Tomara que as péssimas faculdades de Jornalismo existentes pelo País afora (aqui em BH tem um punhado delas) aprendam a lição e melhorem o nível do ensino ofertado. Elas perderão muitos alunos (bem-feito!) e as poucas que sobreviverem tendem a formar jornalistas com um pouco mais de massa cinzenta no cérebro. Acabar com a exigência do diploma é uma decisão muito radical. Melhor seria apertar o torniquete no pescoço dessas fábricas de diplomas que vicejam por aí. Uma coisa é facilmente comprovada pelo tempo, que é o senhor da razão, como já dizia em suas camisetas temáticas o honestíssimo Collor de Mello: jornalismo está na veia; ou o cara nasce com esse gérmen dentro de si ou vai morrer tentando aprender na faculdade e em outras "fontes". É claro que o "fera" ficará melhor depois de passar quatro anos numa boa faculdade de Jornalismo (será que há muitas no mercado?). O ruim de serviço vai gastar dinheiro e não vai aprender muita coisa. Geralmente, numa turma de 40 alunos, no máximo 20% tem talento para a coisa. Ao acabar com a obrigatoriedade do diploma, esses heroicos 20% vão ter de lutar com os 80% de medíocres e com os picaretas que poderão exercer a profissão a partir de agora. E nos concursos públicos, heim? Nem o STF sabe ao certo o que fazer com o edital de um próximo concurso da corte que vai contratar seis jornalistas com o salário de R$6.500,00. Provavelmente, o coitado do jornalista formado terá seu salário estipulado em valores inferiores aos oferecidos aos médicos e advogados, por exemplo. Já que não tem de ter diploma, é lógico que o vencimento será enquadrado num patamar menor. Alguém já pensou nisso? E o tanto de gente que pagou faculdade a duríssimas penas e agora foi jogada na vala comum dos sem-diploma? Sou jornalista formado, graças a Deus! Nunca gostei de ser penetra em nada. *Wagner Augusto Álvares de Freitas Reg. Prof. MG 04628 JP Assessor de Imprensa da Câmara Municipal de Betim Assessor de Imprensa do Ituiutaba Esporte Clube Assessor de Imprensa do Villa Nova Atlético Clube.

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