terça-feira, 26 de maio de 2009

Bota falta de criatividade nisso!

A nova marca da Rádio Globo- acompanhada da descrição "Bota Amizade Nisso"- chega a ser ridícula de tão primária.
Com meia dúzia de pinceladas, qualquer pintor de parede suburbano certamente conseguiria algo mais aceitável. Não se sabe de onde partiu tão "brilhante" idéia para a radical mudança.
Segundo o site- globoradio.globo.com/ - "a nova marca, em vigor desde o início de abril, foi desenvolvida pela agência Tecnopop, do Rio de Janeiro. juntaram "Rádio" e "Globo" numa palavra só, preservando o azul e incorporando, no lugar do vermelho, o amarelo alaranjado (inspirado no Amarelinho) - carro de reportagem da emissora".
Diz o velho ditado: "não se mexe no time que está ganhando". Não que os programas do SGR sejam os melhores ou simplesmente alcancem os primeiros lugares em termos de audiência. A bem da verdade, o rádio AM em geral demonstra cada vez mais seu vertiginoso declínio com a conseqüente perda de audiência.
A roça não é mais aquela Os programas são mesquinhos, repetidos, apelativos, absolutamente apáticos e desmotivando o ouvinte que nos últimos anos vem migrando para o FM. Neste sentido, a Rádio Globo adotou várias mudanças na grade de programação.
A situação, porém, é mesmo difícil, praticamente impossível de ser revertida. Ninguém quer mais ligar o rádio de amplitude modulada. Nem nas localidades mais afastadas dos grandes centros urbanos.A onda agora na roça é MP3, celular que sintoniza FM e até internet banda larga.
As donzelas e balzaquianas sertanejas, antes "bobinhas" a esperar o "príncipe encantado" debruçadas na janela, agora tem Orkut, MSN e outros dispositivos modernosos. Até os jumentos (nossos irmãos, segundo o Rei do baião, Luiz Gonzaga) foram trocados por motos e carros possantes, quase voadores. Coitado, pois, do rádio AM.
Senso comum A marca anterior do SGR, que teve por base o dinâmico logotipo da Rede Globo, produzido por Hans Donner na decada de 70, responsável por toda a identidade visual da TV implantada no país com capital estrangeiro, era o que havia de mais bonito na atual conjuntura da emissora carioca.
Em letras azuladas e com designer único- que causava forte impacto visual onde quer que fosse estampada- seria insubstituível a partir do senso comum. O padrão de qualidade da emissora da Rua do Russel parece não obedecer mais aos comandos eficientes que a tornaram referência radiofônica no chão tupiniquim.
Vandalismo Resta saber se também vão acabar com as tradicionais vinhetas da empresa, diga-se de passagem, as mais bem produzidas na história radiofônica brasileira. A nova safra de diretores pode entender de MBA, operações matemáticas, burocráticas ou temas complexos, etc.
Mas, sobre assuntos que dizem respeito ao rádio, esses "bacanas"- com cara de meninos mimados- estão absolutamente na contramão da história. É ato de vandalismo em seu mais cruel ataque. Tais moleques merecem umas boas palmadas no traseiro. *Marcos Niemeyer é Jornalista

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