domingo, 26 de abril de 2009

Dia 26 de abril, aniversário de Ipanema

Ipanema, onde tudo começou O bairro mais charmoso do Brasil faz 115 anos, cheio de bossa
Dos tempos da Villa Ipanema aos burburinhos da Visconde de Pirajá, lá se vão 115 anos. Durante este período, o bairro mais comentado da Zona Sul do Rio de Janeiro passou por transformações e viu de perto as mudanças na sociedade carioca. Da praia com águas limpas e areias vazias ao rebuliço da Bossa Nova, passando pelos inesquecíveis tempos do Circo Voador, Ipanema tem história a cada esquina - e a cada pedestre, famoso ou anônimo, que atravessa suas ruas.
Antes do estouro da Bossa Nova e da boemia no bairro, Ipanema era praticamente como o seu primeiro nome de batismo já indicava: uma vila. Vale dizer que, ao contrário de muitos bairros da cidade, o nome não veio do tupi-guarani e sim do Barão de Ipanema, que herdou as terras do pai lá pelos idos de 1884.
A revolução dos costumes se iniciou, tendo a mesma praia como palco. As reuniões de intelectuais e cabeças pensantes saíram das casas de gente como a escritora Maria Clara Machado para as areias. E foi assim que o Brasil passou viver momentos antológicos. Um deles, em 1963, é lembrado como um marco: composta por Tom Jobim e Vinicius de Moraes, "Garota de Ipanema" saiu das mesas do Bar Veloso (hoje Garota de Ipanema) para o mundo. O momento era de efervescência musical e social, muito bem retratados por Ruy Castro em seu livro "Ela é carioca".
E, para quem não sabe, um dos hábitos que até hoje perdura no verão carioca começou há 30 anos, nas areias do Arpoador: encantado com a beleza da cidade, o jornalista Carlos Leonam começou a aplaudir o pôr-do-sol em uma roda de amigos, formada por gente como Jô Soares e Glauber Rocha. Que venham outros fins de tarde: em seu aniversário, Ipanema merece cada vez mais aplausos.
Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Tom Jobim), o cantor e compositor que levaria Ipanema ao conhecimento mundial, nasceu, na verdade, na Tijuca. Em uma época em que a vida na Zona Norte era mais cara que em Ipanema - até então, praticamente desabitada - a família Jobim se mudou para a Zona Sul e Tom cresceu junto com o bairro. Desde criança, Antônio Carlos morou na Barão da Torre, na Almirante Saddock de Sá, na Redentor e, claro, no número 107 da Rua Nascimento Silva, eternizado na canção "Carta ao Tom", de Vinicius de Moraes e Toquinho.
*Tatiana Contreiras é Jornalista

Nenhum comentário: