quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Milésimo gol de Pelé

O TEMPO PASSA DEPRESSA DEMAIS
Os anos estão passando muito rapidamente, imagine você, amigo blogueiro, que lá se vão quarenta e cinco anos, em que sentado nas arquibancadas do Maracanã, levado pelo meu saudoso pai (Zebinho), vi Almir, que depois se tornou um bom amigo, detonar o timaço do Milan, do conterrâneo Amarildo, debaixo de uma chuva tipo "arrasa quarteirão", e levar o Santos FC a conquistar o seu segundo título mundial inter-clubes. Um jogo feio, truncado, onde a força física dos santistas superou o talento dos italianos. Almir jogara na vaga de Pelé, que voltou da Itália, onde o Santos perdera o primeiro jogo pelo placar de 4x2, contundido.
O Milan fez 2x0 e o jogo parecia definido, mas Almir comandou a virada, 4x2, e os jornais daquela época destacaram a bravura do "Pernambuquinho", apelido do ex-craque de Vasco e Flamengo, sem deixar uma pitada de maldade com a fera do Santos, tido com um jogador que usava doping para entrar em campo. A tempestade acendeu o Santos, que conseguiu virar o jogo em meio a um futebol "aquático". No lamaçal, o Santos marcou quatro gols em 20 minutos, batendo o Milan por 4 a 2. A virada heróica alvinegra levou a decisão da taça para um terceiro, e último, embate.
Dois dias depois, precisamente em 16 de novembro de 1963, novamente no Maracanã, outro triunfo alvinegro sobre os italianos, desta vez por 1 a 0 e sem chuva, deu ao Santos o bicampeonato mundial de clubes. E, felizmente, lá estava eu, com os meus 14 anos, de mãos dada com meu pai, voltando para a rua José Higino, ali na Tijuca, a pé, com a chuva caindo novamente, mas com o rosto coberto de uma felicidade sem tamanho.
Seis anos depois, já crescido e independente, lá vou eu de novo rumo ao Maracanã, desta vez não para ver Almir, que já abandonara o futebol e vivia rodando pela Galeria Alaska, em Copacabana, onde viveu até morrer assassinado por tentar defender uma de suas amigas da galaria. Mas eu dizia que seis anos depois voltava eu ao Estádio Mário Filho para presenciar um outro fato histórico, o MILÉSIMO GOL DE PELÉ.
Na noite de 19 de novembro de 1969, uma quarta-feira, Santos e Vasco se enfrentavam pela Taça de Prata no Maracanã. O jogo estava empatado: Benetti abriu o placar para o time cruzmaltino aos 17 minutos de jogo, Renê, contra, igualou o marcador aos dez do segundo tempo. Aos 34 minutos da etapa final, Pelé caiu na área do Vasco após um choque com o zagueiro Fernando. O pernambucano Manoel Amaro de Lima não teve dúvidas: marcou pênalti. O que se viu depois foi um dos momentos mais comentados na história do nosso futebol, talvez mais lembrado que o Dia da Bandeira: o milésimo gol de Pelé, há exatos 39 anos.
*Adilson Dutra é Jornalista

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