sábado, 27 de setembro de 2008

Juiz de Fora e o seu inferno astral

Sem ônibus Protesto contra sindicato pára trânsito no Centro A disputa entre um grupo de motoristas e trocadores e o sindicato da categoria levou ao caos o trânsito de Juiz de Fora ontem à tarde. Por cerca de uma hora e meia, o tráfego dos ônibus foi totalmente interrompido, deixando milhares de usuários sem condução. O engarrafamento, segundo cálculos do Pelotão de Policiamento de Trânsito da Polícia Militar (PM), chegou a dois quilômetros na pista dos coletivos. Nas vias laterais houve retenção. O movimento começou por volta das 16h30 e só terminou às 18h, mediante a promessa da Gettran de ser realizada reunião com os manifestantes, na segunda-feira, para tratar do impasse com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo (Sinttro).
A paralisação começou com cerca de 25 trabalhadores percorrendo a Avenida Rio Branco com apitaço. Na esquina com a Getúlio Vargas, eles interromperam o tráfego de ônibus. Por conta da baixa adesão, tiveram dificuldade de conter, de início, o fluxo na Rua São Sebastião. Os passageiros, inconformados, desceram dos coletivos e tentavam chegar em casa ou ao trabalho à pé. A cozinheira Cléria Pinto carregava caixas de salgados nas mãos. Ela ia abastecer a barraca onde trabalha na Rua Espírito Santo e teve que descer na Avenida Rio Branco. “Vou ter que andar com esse peso todo nas mãos. É uma falta de respeito com o trabalhador.” A técnica de enfermagem Nilma Duarte considerou o movimento absurdo. “Saio de casa às 5h para trabalhar e não consigo voltar para casa.” Ela mora no Granjas Betânia e não tinha como pagar um táxi.
Na Avenida Getúlio Vargas, durante o protesto, os pontos de ônibus ficaram lotados de usuários esperando condução. A diarista Aparecida Ferreira, que mora no Filgueiras, ficou quase duas horas à espera das linhas que atendem seu bairro. Ela reclamou do fato de o movimento não ser por uma causa coletiva, mas de interesse de poucos. “E nós é que pagamos a conta.”
O movimento também afetou o trânsito de todas as pistas transversais da região central, prejudicando até o atendimento de casos de emergência. Segundo um atendente do Samu, uma ambulância que levava um paciente com parada cardiorrespiratória ao Albert Sabin ficou presa na Rio Branco por vários minutos. O motorista, no entanto, conseguiu chegar a tempo ao hospital. Os demais condutores foram orientados a passar por caminhos alternativos.
A disputa por táxis aumentou. Uma dona de casa de 70 anos esperou uma hora e 40 minutos por um carro no ponto da Rua Batista de Oliveira, sem que qualquer veículo passasse pelo local. No intervalo das 17h30 às 18h30, a Tribuna tentou, por telefone, acionar empresas e pontos em diferentes regiões, mas as linhas estavam todas ocupadas.
Sinttro afirma que o movimento é político
Uma das lideranças do movimento, Francisco de Paula da Silva, disse que o ato é de protesto contra o Sinttro. Segundo ele, o sindicato estaria praticando irregularidades, como intimidação e demissão de funcionários que contestam as atitudes do órgão, eleição em chapa única, falsificação de documentos e vínculo de sindicalistas com a entidade patronal e o Poder Público.
Entre as reclamações está, ainda, o fato de o salário recebido pela categoria (R$ 902 para motorista e R$ 454 para trocador) ser diferente do que estaria previsto na planilha. Segundo Francisco, os vencimentos deveriam ser R$ 1.438 e R$ 902, respectivamente. No entanto, a assessoria da Prefeitura informou que o vencimento dos motoristas que consta na planilha da Gettran é de R$ 858 que, com o reajuste da categoria, subiu para R$ 902.
Motivações
Em relação às denúncias dos manifestantes, o presidente do Sinttro, José Pedro Franco Ribeiro, foi categórico ao afirmar que trata-se de um “grupo de pessoas motivadas por um candidato à Prefeitura de Juiz de Fora”. Ele não citou nomes. Francisco, no entanto, negou a motivação eleitoreira.
Em relação às demais denúncias, o presidente do Sinttro disse que “cabe a eles (manifestantes) entrarem na Justiça.” Sobre a queixa de diferença de salário entre o contracheque e a planilha da Gettran, disse “não existir” essa distinção. Já em referência às reclamações de intimidação de funcionários, afirmou: “Não entendo o motivo da reclamação. Temos oito ações no Ministério Público do Trabalho contra a empresa que realizou demissões”. Quanto às denúncias de eleição em chapa única e falsificação de documentos, defendeu-se: “Havia três chapas, e duas não entraram por não atingirem o número exato de membros. Em relação à falsificação, eles teriam que mostrar quais documentos são falsos, o que eles não fizeram”.
Já a Astransp informou ter recebido do Sinttro apenas um ofício descartando a responsabilidade do sindicato sobre a manifestação. Alegou ainda que a associação sequer foi informada sobre os motivos da paralisação.
O comandante do Pelotão de Policiamento de Trânsito, tenente Rubens Valério de Souza, disse que mais de 30 homens, entre policiais e agentes de trânsito, fizeram intervenções em pontos estratégicos, para minimizar o tumulto, considerado inevitável.
O movimento só teve fim com a chegada do diretor dos agentes de trânsito da Gettran, Sérgio Gonçalves dos Santos, que, por mais de meia hora, negociou com os manifestantes a realização de uma reunião, na segunda-feira, às 14h, para tratar do impasse, mediante a promessa de que o tráfego seria liberado.
CONSIDERAÇÕES: O atual prefeito, pessoa de conduta ilibada, o que não é nenhum favor, é obrigação do homem público, ao tomar posse, anunciou, talvez movido pela importãcia do cargo, que faria licitação para a exploração do serviço de transporte urbano (fato nunca registrado na história da cidade). O prefeito acomodou os amigos, preservou remanescentes da "gestão" anterior e nada de novo aconteceu. Qual, ou quais os motivos? Mesmo reconhecendo a boa conduta do prefeito enquanto cidadão, nunca é demais recordar de que ele foi vice do anterior. E é difícil acreditar que foi apenas por afinidade partidária

Um comentário:

Anônimo disse...

Vou usar esse espaço, já que você está tratando do caos que ficou essa cidade dias atrás, ma dirigir por aqui não é fácil. verás: Se você cruzar com o veículo placa hms 8111 de Juiz de Fora, MG, prata/cinza metálico, muito cuidado. O motorista, um homem de uns 25 a 30 anos, é bastante desatento e não cumpre com seus deveres de motorista habilitado, sei lá por quem e de onde veio a carteira dele, mas ele fala ao celular enquanto dirige e passa na sua frente sem dar uma seta para ti alertar antes. Vai e pronto, você é que deve evitar o pior. Estava eu na Rio Branco, próximo a ponte do Manuel Honório, ás 17h35 do dia 18/03/09, fui quase fechada por esse cara sem noção de direção defensiva. Se encontrá-lo por aí fique longe dele. Alerta contra os abusados no trânsito é o que posso fazer já que não há guardas o suficiente para tantos infratores soltos por ai. Sugiro que o DETRAN crie um espaço de denúncia para fatos como esse. Quem sabe os motoristas ruins ficarão com vergonha e mudarão seus modos. Obrigada. Maria dos Reis