terça-feira, 30 de setembro de 2008

Eleições 2008

Jornalismo partidário Antonio Tozzi* Quem venceu o primeiro debate entre os dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos? Qual é o candidato mais bem preparado para governar o país? Quem está liderando as pesquisas? Essas perguntas permeiam as mentes dos eleitores e moradores dos Estados Unidos que acompanham uma das eleições mais equilibradas dos últimos tempos. O país está bastante dividido e é impossível apontar quem será o vencedor da próxima eleição presidencial, mas algumas emissoras de televisão já escolheram seus favoritos.
Se o telespectador sintonizar a MSNBC, canal a cabo da rede NBC, tem a plena certeza de que Barack Obama é o substituto de George W. Bush, mas se assistir a Fox News ninguém duvida de que John McCain é o novo morador da Casa Branca.
Chega a ser espantoso o tratamento de uma mesma notícia dado pelas duas emissoras. Enquanto na MSNBC, a chapa Barack Obama/Joe Biden merece todo tipo de elogio, na Fox são os "mavericks" John McCain e Sarah Palin que recebem todos os créditos.
A rivalidade alcançou um nível tão elevado que jornalistas e apresentadores das duas grandes redes trocam farpas no ar, ironizando comentários e reportagens abordados pela concorrente. Algumas vezes um chama o concorrente de "biased", algo que pode ser traduzido livremente como parcial.
Ironicamente, o lema da Fox News é "fair and balanced", mas a rede não é justa e muito menos equilibrada. Os shows são claramente voltados para o público mais conservador, e uma das estrelas é Bill O’Reilly, que não esconde seu pensamento mais ao gosto do eleitor republicano. Neil Cavuto, Laura Ingraham e Sean Hannity também são outros expoentes da chamada "direita", e não poupam críticas aos convidados que ousam discordar deles.
É bem verdade que a Fox News tem em seus quadros Alan Colmes, o qual divide a apresentação de um show com Sean Hannity, partidário de uma ideologia mais liberal, e Greta Van Susteren, que procura adotar uma postura mais neutra e objetiva.
Do lado da MSNBC, há dois comentaristas mais conservadores: o inefável Pat Buchanan e Mike Murphy, ex-estrategista do Partido Republicano. Em compensação, a maioria dos analistas e apresentadores pertencem à corrente "liberal", onde prevalece o pensamento "esquerdista". Rachel Maddow, Chris Matthews, Joe Scarborough, David Gregory e principalmente Keith Olberman.
Quando terminar a eleição presidencial, uma coisa é certa: o próximo presidente contará com uma importante rede de TV para apoiá-lo e outra poderosa para combatê-lo.
No meio da guerra de audiência e ideologia entre Fox News e MSNBC, fica a CNN, que procura manter uma postura de mais neutralidade, mas, convenhamos, uma rede de TV que mantém o programa de Lou Dobbs – cujo principal mote é atacar imigrantes - no horário nobre fica difícil conquistar o respeito do telespectador mais esclarecido.
Pode até ser que Lou Dobbs seja lucrativo para a CNN, mas ele compromete a isenção jornalística. A seu favor, apenas o fato de ser um crítico contumaz dos democratas e dos republicanos igualitariamente. Para ele, os dois partidos são farinha do mesmo saco. Tanto que foi o único a cobrir a convenção do Partido Independente. Quer saber se alguém assistiu? Provavelmente, apenas seus fiéis telespectadores.
* Antonio Tozzi foi repórter do Jornal da Tarde e do Estado de S. Paulo. Vive nos EUA desde 1996, onde foi editor da CBS Telenoticias Brasil e no canal de esportes PSN. Atualmente é editor da revista Latin Trade e do jornal AcheiUSA.

Um comentário:

caetano trindade disse...

Para muitos poderäo näo agradar que também a crise tem indicado o seu tom nos USA. Na grande Britânia tem o seu RBS, Alemanha sua Hypo Real Estate, Islandia sua mercadoria no negócio ilegal movimentado desde Lehman Bros. A vaca foi para o brejo quando todo mundo estremeceu a bolsa de valores no Mercado financeiro em todo mundo. Também a Bear Stearns, Merrill Lynch e Washington encorajado säo apenas boas lembrancas.
E ainda existe outros zombies: o Citigroup, anteriormente cerca do maior banco do mundo tem hoje um dollar no curso de uma acäo que em 2007 estava ainda por volta de 56 dollar. Ou entäo o banco of America está indo também muito mal. Outro ponto dramático: AIG, ela é a maior empresa de consórcio de seguros no mundo. Um Zumbi que para necessitou em preparar 180 Mrd. Dollar numa transfusäo sanguinea, näo permitindo a invalidez na entrada no reino da morte falecida no sistema tributário do Mercado internacional financeiro. Na quinta quinzenal de 2008 a AIG perdeu por dia 670 Mio. dollar.
Daí deste ponto comeca inúmeras instituicoes financeiras e outras empresas gerando um rebolico no mundo e nos negócios interligados. Seria ainda um grande desastre como a Lehman-Crasch. Ninguém sabe até agora para onde sumiu 100, 200 Mrd. Dollar ou mais que nesta enorme quantidade de dinheiro que foi devorado? Muitos expertos no assunto acham que este caso é muito especial, faz a gente ficar furioso.