Há uma suspeita, ainda não comprovada, de que o futebol possa ter dado seus primeiros passos, ou chutes, em terras bangüenses, antes que o paulista, filho de ingleses, Charles Miller trouxesse bolas da Inglaterra e iniciasse a prática do esporte em São Paulo. Roberto Assaf, jornalista especializado em futebol, reforça a tese no seu livro(1), e que também é mencionada por Gracilda de Azevedo(3). Consta que a primeira bola entrou em Bangu escondida por Thomas Donohoe, um dos técnicos britânicos contratados pela fábrica Bangu. No campo que existia nos jardins da fábrica, Donohoe, que ficaria conhecido como Danau, jogava futebol com outros funcionários britânicos. "Donohue teria promovido uma animada partida em terreno próximo ao prédio da Companhia, seis meses antes que Miller voltasse da Inglaterra"(1). Vale ressaltar que os imigrantes especializados começaram a chegar em 1891, na maioria britânicos.
Imigrantes e brasileiros, contagiados por aquele que seria o esporte mais popular do país, tentaram fundar um clube de futebol em 1897, mas a fábrica não permitiu. Só em 1904, quando o administrador era João Ferrer, o clube foi fundado. Sua primeira sede foi na rua Estêvão, numa casa emprestada pela fábrica. O clube só ganharia um estádio em 1947, também construído pela fábrica, bem perto da sede e com o nome "Estádio Proletário Guilherme da Silveira", homenagem a uma pessoa que, como se verá mais adiante, teve uma grande importância para o bairro. Em 1933, ano em que foi inaugurada a iluminação pública do bairro, o Bangu ganhava o Campeonato Carioca, o primeiro título profissional do futebol brasileiro.
Muita gente, no entanto, conhece o estádio como "Moça Bonita" e a razão está no início do século 20, quando uma moça, provavelmente bem bonita, morava naquela área, "numa vila com chafariz em frente"(2). O autor diz que ela atraía a atenção principalmente dos cadetes da antiga Escola Militar do Realengo. Se ela era linda e cheia de graça, como a garota mais famosa, de Ipanema, não se sabe, pois não ficou nenhum registro de sua aparência. Mas o nome como ela ficou conhecida está aí até hoje.
(André Luis Mansur)
Fontes consultadas:
1 - Bangu - Roberto Assaf - Editora Relume Dumará - Coleção Cantos do Rio - 2001.
2 - Histórias das ruas do Rio - Brasil Gerson - Lacerda & Editores - 2000.
3 - Bangu 100 anos: a fábrica e o bairro - Gracilda Alves de Azevedo Silva - Sabiá Produções Artísticas - 1999.
Colaboração: Paulo Clarindo
Um comentário:
Sim... O meu BANGU é o pioneiro em tudo: Da Glória ao Caos...
Em 2001 o Bangu conquistara a Medalha Tiradentes- medalha do municipio do Rj destinada às pessoas e entidades que se destacam no cenário da Cidade.
O Bangu foi o primeiro clube do Brasil a pôr um mulato no início do século XX. O nome do jogador foi Francisco Carregal, trabalhador da Fábrica de Tecidos Bangu, que nas horas vagas, praticava football nos fundos da Fábrica Bangu.
Saudações Banguenses,
Isabela Guedes.
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