quarta-feira, 6 de agosto de 2008

VALÉRIO ÀS PORTAS DA FALÊNCIA

Wanyson Barcelos* O Valeriodoce Esporte Clube, um dos mais tradicionais clubes do interior de Minas Gerais, está muito próximo de ter de encerrar suas atividades no futebol profissional. Sediado em Itabira, terra do poeta Carlos Drummond de Andrade, a 100 quilômetros de Belo Horizonte, o Valério passa pela pior crise financeira de sua história. A situação é tão crítica que até a energia elétrica do clube será cortada pela Cemig na próxima sexta-feira. Para debater esse panorama delicado, nesta quarta-feira 6, na Associação Comercial de Itabira (Acita), às 19h, o presidente do clube, Paulo Henrique Gomes de Figueiredo, juntamente com pessoas responsáveis por instituições e imprensa, discutiram temas fundamentais sobre o futuro da agremiação. O resultado ainda não foi divulgado. O Valeriodoce se encontra agravado em uma crise financeira e busca soluções para se reerguer e se estruturar para continuar a ser um dos clubes mais respeitados de Minas Gerais. O Valério tem um grande desequilíbrio financeiro por causa da falta de recursos e pela crise que muitos clubes brasileiros enfrentam por não ter a obtenção da Certidão Negativa de Débito (CND), documento que é essencial para o repasse de recursos. O impedimento para a emissão da CND repousa sobre enormes dívidas com o INSS e o FGTS, entre outros tributos federais. O clube ainda sofre com o baixo número de sócios, cerca de 400, para obter o equilíbrio financeiro. Hoje, o clube necessita triplicar este quantitativo. Fundado em 22 de novembro de 1942 e subvencionado por longos anos pela Companhia Vale do Rio Doce, a exemplo da Desportiva-ES, o Valério começou a flertar com o precipício há nove anos, quando foi rebaixado para a Segunda Divisão de Minas Gerais. Em 2003 o time alvirrubro conseguiu retornar à elite, porém, novo rebaixamento ocorrido no ano seguinte condenou a equipe a uma crise sem precedentes. Para piorar o que já era ruim, a Justiça do Trabalho determinou recentemente o bloqueio de 70% de todos os recursos do Valério para quitar antigos débitos com atletas. Para o presidente Paulo Henrique, só existe uma luz no fim do túnel: uma ajuda substancial da Vale ancorada na Lei de Incentivo ao Esporte. Nesse sentido, o clube já tem um projeto aprovado pelo Ministério do Esporte e agora parte para a captação dos recursos que possam tirar o Valério do abismo. O Valeriodoce Esporte Clube, o Dragão de Itabira, não pode morrer. Três vezes campeão mineiro de Juniores (1986 e 1989/1990) e detentor de ótimas campanhas na Primeira Divisão de Minas, o clube clama por socorro e espera receber da iniciativa privada do município o auxílio imprescindível e urgente. *Wanyson Barcelos é Assessor de Imprensa do VEC Colaboração: Wagner Augusto Álvares de Freitas

Nenhum comentário: