sexta-feira, 20 de junho de 2008

Após a Pasárgada....

MP vai pedir seqüestro de bens de Bejani
Táscia Souza - Repórter
O Ministério Público deve entrar, na próxima semana, com uma ação cautelar pedindo o seqüestro dos bens em nome do ex-prefeito Alberto Bejani (PTB) e de sua esposa, Vanessa Loçasso Bejani. A declaração foi feita, ontem, pelo promotor do Patrimônio Público, Paulo César Ramalho, durante a entrega do relatório da CPI que investigou as denúncias de enriquecimento ilícito contra o petebista. "Estou elaborando uma ação cautelar para arresto dos bens do casal e dos filhos", afirmou ele, quando os vereadores Isauro Calais (PMN) e Bruno Siqueira (PMDB), presidente e relator da comissão, foram pessoalmente à Promotoria entregar o documento. "Primeiro é preciso resguardar esse patrimônio, fazer um seqüestro a fim de impedir que se desfaçam dele. Isso para depois, comprovado o desvio de verbas públicas, ressarcir o patrimônio de Juiz de Fora que foi lapidado."
Ramalho destacou, ainda, que há indícios suficientes de que Bejani e Vanessa tenham enriquecido ilicitamente. "Numa análise superficial, pode-se perceber que o patrimônio (de Bejani) é incompatível com a renda", considerou. "Não sei se tem alguma herança, se alguém ganhou na loteria..." A ameaça de mais uma ação, porém, não incomodou o advogado Marcelo Leonardo, responsável pela defesa do ex-prefeito. "Isso será uma inutilidade. O TRF (Tribunal Regional Federal) já fez essa medida e ela já está vigorando", afirmou. "Será apenas uma repetição de algo que já foi feito." No entanto, as informações são de que a Justiça teria seqüestrado apenas os veículos e o R$ 1,12 milhão apreendido, sendo que os imóveis e as contas bancárias do casal não estariam bloqueadas.
Documentação Apesar de já ter nas mãos o relatório do inquérito instaurado contra o ex-prefeito no âmbito do Legislativo, Ramalho ponderou que seria necessário também ter acesso ao restante da documentação acumulada pela CPI, incluindo as transcrições dos depoimentos. "Eu esperava entrar com a cautelar na próxima semana, já de posse dos documentos deles. Mas terei de fazer sem essa documentação", destacou. Isauro Calais, contudo, garantiu que todas as 50.000 laudas que constam do processo estão à disposição do promotor. "O que o senhor precisar é só pedir à Câmara", disse o parlamentar. Mesmo sem ainda ter acesso a todos os detalhes das apurações, Ramalho assegurou que irá analisar cuidadosamente o relatório. "Vou examinar e ver o que se enquadra nos outros processos", declarou, apontando para uma pilha de pastas sobre outras investigações acerca da administração Bejani. "Estou trabalhando numa ação sobre o Grupo SIM, que já está quase concluída. Também já existe uma sobre a TCQ e outra para investigar o enriquecimento ilícito", enumerou. Ele citou, ainda, as ações impetradas pelos promotores titular e substituto de Defesa do Consumidor, Plínio Lacerda e Carlos Ari Brasil, sobre as concessões às empresas de transporte urbano. "O que não tiver a gente instaura", concluiu. Fonte: Trinuna de Minas

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