quinta-feira, 1 de maio de 2008

Primeiro de Maio

Luiz Fernando Veríssimo* O Globo
Frases que nunca mais ouvire­mos: "Madame, sua liteira chegou", "Quem será o center-forward do scratch?" e "Trabalhadores do mundo, uni-vos". Os trabalhadores do mundo são ví­timas da globalização perversa que aboliu as fronteiras para empregado­res atrás de mão-de-obra barata e desregulada, mas não para eles. Tra­balhadores do mundo rico são pri­sioneiros das vantagens que con­quistaram, que os impedem de com­petir com os trabalhadores do mun­do pobre. Estes não podem ser soli­dários com suas reivindicações de tarifas altas para proteger seus em­pregos pois perderiam os seus. Ne­nhuma solidariedade proletária é possível num mundo em que o capi­tal vai atrás do lucro onde quiser e o único internacionalismo permitido ao trabalho é a migração ile­gal e o tráfego tétrico de empregos exportados cruzando com desemprego importado. Economistas neoclássicos dizem que o exercício continuado do livre comércio dará razão ao ur
*Luiz Fernando Veríssimo é Jornalista e Escritor

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