quinta-feira, 22 de maio de 2008

Operação Pasárgada

R$ 1.120.390,00 na casa de Bejani Comprador de fazenda diz que dinheiro apreendido não é seu Ricardo Miranda - Repórter Um dia após ser indiciado pela Polícia Federal por falsificação de documentos públicos, o advogado tributarista Marcelo Abdalla da Silva revelou à Tribuna que não reconhece como seu o dinheiro apreendido na residência do prefeito Alberto Bejani (PTB). “Se me mandarem comparecer em juízo, apontarem para aquele dinheiro e perguntarem: Esse dinheiro aí é o seu? Eu vou responder: Não”. O advogado, que é apontado pelo próprio Bejani como comprador de sua fazenda em Ewbank da Câmara, confirmou o negócio, fechado em R$ 1,2 milhão e pago em espécie. “Eu fiz um contrato e paguei. Pode ter dinheiro meu aí. Mas não esse dinheiro que está apreendido. Porque este dinheiro está cintado”. Marcelo Abdalla lembrou, ainda, que possui conta no Bradesco, e as notas aparentes nas imagens divulgadas pela Polícia Federal são atadas com lacres da Caixa Econômica Federal e do Itaú. Quanto ao indiciamento por falsificação de documentos públicos, o advogado questiona o procedimento da Polícia Federal. “O delegado está achando que o negócio não existiu. Simples! Tinha uma mala de dinheiro, o negócio foi feito uma semana antes, então, a mala de dinheiro era minha... Minha não. Acho que ele (delegado) não sabe de quem é (o dinheiro). Se soubesse, não tinha me indiciado”. Segundo ele, as coisas vão ficar mais claras somente depois que os investigadores rastrearem o dinheiro. “Se rastrearem, vão saber da verdade”. Mais uma vez, Marcelo Abdalla insistiu na rescisão do negócio. “Quero rescindir o contrato porque tenho que dar tratamento fiscal a esse negócio. Tenho que contabilizar o evento. Como essa fazenda entra na minha contabilidade? Eu não recebi a fazenda. Tenho que declarar alguma coisa. Principalmente agora que a declaração de renda dessa pessoa jurídica vai ser analisada com lupa”. De acordo com o advogado, a propriedade seria entregue no dia 9 de abril, mesma data da prisão do prefeito. “Ele foi preso e não recebi nada até hoje. Não tomei posse da fazenda. Não tenho dinheiro e não tenho fazenda”. Ele confirmou que, por isso, vem mantendo contatos regulares com Bejani . “Já falei com ele. Tenho conversado com o prefeito regularmente. Falei com ele umas quatro ou cinco vezes sobre esse assunto. Vamos rescindir esse negócio, vamos rescindir.... Vamos resolver isso”. Questionado quanto ao posicionamento do prefeito frente as indagações, Marcelo Abdalla disse apenas que nada se resolve. CPI No que depender de Marcelo Abdalla, a CPI criada para investigar as denúncias contra o prefeito Alberto Bejani não precisará se deslocar até Belo Horizonte para ouvi-lo. Ele ponderou apenas que precisa ser liberado pelo delegado da Polícia Federal. “Se a Polícia Federal não colocar nenhum obstáculo, vou à CPI falar tudo o que eu sei. Se o delegado se objetar de alguma forma, então, eu comunicarei à CPI. Vou prestar depoimento numa boa. Se o delegado não objetar, vou até aí. A CPI não precisa vir aqui”. De acordo com o presidente da comissão, vereador Isauro Calais (PMN), o advogado deve ser chamado na próxima segunda-feira e, se possível, interrogado na mesma semana. Fonte: http://www.tribunademinas.com.br/

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