quarta-feira, 16 de abril de 2008

Comissão concede anistia a perseguidos politicos

São Paulo (Agencia Brasil)
A primeira vez em que Lisete Prata ouviu um relato sobre a tortura sofrida por seu pai durante o período da ditadura militar no Brasil foi hoje (15), durante a leitura do processo de anistia movido por ele e julgado em São Paulo. Chorando, Lisete disse à imprensa, que se surpreendeu com o julgamento e que se emocionou com a decisão.“Achei legal ouvir que ele foi anistiado. Queria que ele estivesse aqui para ouvir isso. Acho que foi a coisa mais importante que ouvi hoje”, disse ela. Seu pai, Julio Prata, foi militante do Partido Comunista Brasileiro e começou a ser perseguido politicamente após o golpe de 64. Em uma das vezes em que esteve preso, Prata chegou a ser torturado com choques elétricos e teve problemas no tímpano esquerdo, deixando-o parcialmente surdo. Morto em 2005, quem seguiu com o pedido de anistia foi sua esposa Nabuko Oko Prata.Além do processo de Julio Prata, também foi realizado o julgamento dos requerimentos de outras três pessoas que alegaram perseguição política durante o período de repressão no Brasil: Pedro Rocha Filho, João Roberto Villares e Bernardo Boris Jorge Vargaftig. Todos os processos foram aprovados por unanimidade e todos os autores dos pedidos foram declarados anistiados políticos. “É um evento para reforçar e fortalecer a democracia no Brasil”, disse o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) Paulo Vannuchi, presente ao evento.

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