quarta-feira, 19 de março de 2008

Rádio Globo

Célio Romais* Inaugurada em 2 de dezembro de 1944, pelo jornalista Roberto Marinho. A emissora passou pela Era de Ouro do rádio e pelos anos seguintes, quando o veículo teve que atuar de forma diferenciada, com a chegada da televisão.As décadas de 70 e 80 marcaram o rádio, segmentado em programas de entretenimento popular e grandes coberturas do futebol.Motivado a sintonizar notícias do futebol carioca, acabei acompanhando toda a programação diária da Rádio Globo, a partir do fim dos anos 70 e início dos anos 80. Assim, com o receptor analógico sintonizado nas ondas curtas de 49 e 25 metros, de uma cidade do interior do Espírito Santo, era possível acordar ouvindo o programa do Luciano Alves.Às 7h, ia ao ar a primeira edição do Correspondente Globo, logo depois da vinheta "São sete horas em ponto". Após o noticiário, a Globo dava espaço ao Paulo Giovanni Show. Um cara tão legal.Na metade da manhã ia ao ar um programa que fazia o ouvinte pensar: o Programa Haroldo de Andrade. O quadro Debates Populares tinha a participação de comentaristas como Hélio Thyz e Artur da Távola. Houve uma época em que Haroldo de Andrade acompanhava diariamente todas as novidades das novelas da TV Globo. Jamais esqueci o nome da repórter que ele chamava nos camarins da televisão: Eliete Beleza Dias.E quem não se lembra da famosa "Pergunta do dia"? Por volta do meio-dia, quando o sinal em ondas curtas geralmente é ruim, ainda dava para acompanhar os esportes e o programa do Roberto Figueiredo. Para quem não se lembra, Figueiredo foi o locutor da última edição do Repórter Esso, pela própria Rádio Globo, quando chegou às lágrimas. Acredito que, sem precisar datas, o espaço foi ocupado, ainda, por um radioteatro que dramatizava casos de polícia da Cidade Maravilhosa. Um dos nomes, nesta dramatização, era o de Afonso Soarez, que também foi comentarista de futebol e integrante dos Debates Populares do Haroldo de Andrade."Waldir Vieira é um cara tão legal! Na Rádio Globo ele é sensacional!" Este era um dos slogans que apresentava o locutor das tardes: Waldir Vieira. Ele comandava os microfones da Rádio Globo, das 13h às 17h, e também nas manhãs de domingo. Como todo bom programa popular, Vieira conversava com ouvintes, pelo telefone. Sempre trazia as famosas charadas que começavam mais ou menos assim: "O que é o que é?".Waldir Vieira teve um fim trágico: no auge do sucesso, foi encontrado morto, num motel, na Zona Sul do Rio.Bons sambistas:E os espaços comerciais? Bom, sempre tinha um anúncio de supermercado oferecendo, na promoção, a geléia de mocotó Inbasa, o iogurte Yoplait, o leite Vigor, os biscoitos Piraquê, as batatas HBT, entre outros. Entre os anunciantes daquela época lembro do Disco ("o caminho certo!"), e Casas da Banha, Sendas, Mesbla, Casas Huddersfield ("difícil de pronunciar, mas fácil de encontrar!"), A Camélia Flores, Francisco Xavier Imóveis, entre outros.Da programação do fim de tarde da Rádio Globo, lembro pouco detalhes, apenas de Carlos Bianchini, que depois foi o apresentador do Jornal da Manchete, na emissora do mesmo nome, já na metade dos anos 80. Em seguida, após a saída de Bianchini, recordo que o horário foi ocupado por Edmo Zarife, que ficou famoso por ser a voz que faz a vinheta "Brasiiil", usada nas jornadas de futebol da Globo até os dias atuais.E quais as músicas que a Rádio Globo tocava naquela época? Bom, felizmente, não existiam os pagodes. Lembro que Luciano Alves gostava de tocar o grupo mineiro 14 Bis, principalmente a música Planeta Sonho. Bons sambistas também eram valorizados: João Nogueira, Roberto Ribeiro, Clara Nunes, Agepê, Luiz Américo, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, entre outros.O Globo no Ar:Antes da Voz do Brasil, a Globo falava mais de futebol. Depois do programa, ainda havia mais meia-hora do Projeto Minerva (quem lembra?) para, então, voltar à programação esportiva. Após os esportes, um apresentador que tenho guardado na lembrança é Gilberto Lima. Ele foi o narrador que antecedeu Dirceu Rabello no programa Fantástico, e morreu no auge da carreira.Nas manhãs de domingos, havia um programa interessante: A preparada do Mário Luiz. Era um espaço onde cantores, atores e outros convidados iam até os estúdios da emissora para medir forças respondendo a perguntas "preparadas" pelo então gerente da emissora. O método, depois, foi muito usado em programas de televisão.De hora em hora, até os dias atuais, a emissora apresenta as notícias no tradicional O Globo no Ar. Pelo noticiário, passaram nomes como Dirceu Rabello, Léo Batista, Isaac Zaltman, César Donery e Luís de França que, mais tarde, tornou-se comunicador popular da estação.Amarelinho da Globo:Já na unidade móvel da emissora, o famoso "amarelinho da Rádio Globo", lembro o nome do repórter João Vitta. *Célio Romais é Jornalista

2 comentários:

Anônimo disse...

Célio, por favor coloque àudio do saudoso Waldir Vieira, "da carta da vovó e do muito obrigado"
Grato

Anônimo disse...

Você escreveu tudo o que eu também vivi e sinto saudades. Ainda sou ligada em rádio, mas aquelas décadas, eram como a música de Chici Anysio e Nonato Buzar. Só quem viveu sabe o que é: paz e amor. Se pude mande o nome da música que fazia fundo para o "muito obrigado" e mais audio seria demais. Deixo a você o meu sincero muito obrigada. Meu e-mail é iaraprofessora@yahoo.com.br