sexta-feira, 28 de março de 2008

A Justiça tarda. E falha.

JOÃO GARCEZ No conturbado Campeonato Brasileiro de 1999, Botafogo e Internacional-RS ganharam pontos no tapetão, que impediram o descenso da dupla à Segunda Divisão do futebol nacional.Em 1989, a CBF tirou cinco pontos do Coritiba porque na última rodada do Brasileiro o time paranaense não foi a campo na hora determinada pela entidade. O Santos foi beneficiado com a decisão e escapou de ser rebaixado.O regulamento do Campeonato Brasileiro de 1986 previa, para a primeira fase, que os seis primeiros colocados de cada chave avançassem à etapa seguinte. Como Vasco e Botafogo não tiveram competência para se classificar, inúmeras manobras foram tramadas pela CBF e pelo próprio Vasco, como a retirada de pontos do Joinville-SC e a tentativa descabida de eliminação da Portuguesa-SP. Resultado: o regulamento foi alterado com o campeonato em curso e mais oito clubes foram incluídos na segunda fase da competição. Uma "mancha" para o futebol brasileiro.Em 1974, a decisão do Campeonato Brasileiro, conforme determinação do regulamento, deveria ser realizada no estádio do clube que tivesse melhor campanha. Com quatro pontos a mais do que o Vasco, o Cruzeiro teria o direito de jogar em Belo Horizonte. Teria. Porque o Vasco alegou falta de segurança no Mineirão. E o que fez a CBD (atual CBF)? Acatou o pedido do clube carioca, tirando a partida de Minas Gerais, levando-a, acredite, para o Rio de Janeiro.Em 2008, um juiz vem a público dizer que a manutenção de Fluminense e Bragantino no Campeonato Brasileiro de 1997 representou uma "violação ao correto desenvolvimento do futebol brasileiro, uma ofensa direta ao patrimônio cultural brasileiro".Posto isso, uma pergunta se faz oportuna: como o Meritíssimo definiria as manobras ocorridas em 1999, 1989, 1986 e 1974 (entre inúmeras outras aqui não mencionadas)?A Justiça tarda. E falha. *** Não rebaixar duas agremiações num campeonato com fortes suspeitas de resultados arranjados é o mínimo que poderia se esperar da CBF, que, neste caso, esteve longe de "manchar a imagem do futebol nacional".Pra quem não se lembra, à época, o diretor da Comissão Nacional de Arbitragem (Conaf), Ives Mendes, envolveu-se num escândalo de suposta venda de resultados com os presidentes de Corinthians e Atlético-PR.Consumado o rebaixamento tricolor, o Jornal dos Sports publicou uma declaração de Petraglia, então presidente do clube paranaense, dada em roda de amigos a rodadas do fim da competição. "Está tudo certo. O Fluminense vai cair" (o acervo do JS está aí para não me deixar mentir).Diante de tamanho descalabro, onde estaria o absurdo em manter o Flu na elite do Brasileiro de 1997?*** Não teria também o famoso caso das papeletas amarelas "manchado a imagem de nosso futebol"?
Colaboração: Alexandre Magno Barreto Berwanger Comentário: Em 1997 o Fluminense jogava contra o União, em Araras, o trio de arbitragem era de Minas. Marco Antonio Cunha (o mesmo que apitou Bragantino e Vasco, terminou o jogo antes do tempo e ao ser alertado pela imprensa, queria que as equipes voltassem ao campo) apitava o jogo, um dos bandeiras era um desses muitos Marcos que existiam na arbitragem daqui. Contra-ataque do Fluminense, Rogerinho, de longe, chutou, o bandeira acompanhou, o chute dava a impressão que iria para fora. Como a bola entrou - gol do Fluminense - o bandeira resolveu erguer a bandeira, atitude confirmada pelo árbitro, que anulou o gol do Fluminense. Esse é apenas um dos muitos exemplos.

2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pela postagem. O Fluminense até hoje paga sozinho, injustamente, essa conta.

Mr. Magoo disse...

Isso deveria ser mais divulgado na mídia, pois como escreveu o amigo Lauro, estão tentando fazer o Fluminense pagar sozinho a conta das falcatruas dos dirigentes do nosso futebol! O que esse juizeco está tentando fazer é inadmissível, mas é bem a cara da "injustiça" brasileira! Vamos perguntar à Vossa Excelência, para qual time ele torce!