segunda-feira, 24 de março de 2008

Crivella/Jabor

Marcelo Crivella perde ação motivada por comentário de Arnaldo Jabor

O senador (PRB-RJ) e pré-candidato à prefeitura carioca Marcelo Crivella teve negado pedido de recurso pela 1ª Câmara do TJ-RJ contra a TV Globo. Marcelo Crivella moveu ação por danos morais contra a emissora após ser citado por Arnaldo Jabor, no Jornal da Globo de 12/07/2005, como receptor de doações feitas à Igreja Universal, crença da qual é bispo. A 01ª Vara Cível já tinha julgado improcedente o pedido, decisão mantida em segunda instância no dia 12/03. Cabe recurso em tribunais superiores. O político e religioso pedia R$ 30 mil de indenização por “conduta antiética, e de calúnia” no comentário de Jabor [que pode ser lido no fim do texto], além de sugerir o estelionato e preconceito religioso, sem que o comentarista apresentasse provas. Para a desembargadora Leila Mariano, relatora do processo, a crítica a um homem público feita por Jabor “não extrapolou os limites da razoabilidade”. “Em nenhum momento pode-se retirar do texto publicado que teria sido imputado ao autor conduta criminosa. Sabe-se, por ser de conhecimento comum, que os pastores e bispos, que normalmente possuem dedicação integral à atividade evangélica, razão pela qual recebem salários da Igreja, sendo várias, inclusive, as ações trabalhistas”, escreveu a juíza em sua sentença. Ela completa que o tom jocoso é próprio do comentarista. O argumento determinante foi o motivador do comentário de Jabor: a prisão, na época, do deputado João Batista Ramos, integrante da Universal, com sete malas de dinheiro, totalizando R$ 10 milhões. Outro agravante citado por Leila Mariano foi que, no mesmo período, Crivella teve quebrado seu sigilo bancário e fiscal pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apurar participação acionária na TV Cabrália e na TV Record de Franca (SP). Este processo seguiu em segredo de justiça, sendo arquivado em setembro de 2006.

Leia a íntegra do comentário de Jabor:
“Irmãos, não vos deixeis confundir pelos inimigos da Igreja Universal do Reino de Deus, eles que estão querendo manchar o nome do nosso bondoso bispo deputado João Batista Ramos, só por que ele transportava 10 milhões em dinheiro vivo, em 7 malas. Esse dinheiro tem origem, ele vem do trabalho honesto e suado dos devotos da Igreja Universal, que doam 10% de tudo o que ganham para o bem dos Bispos, para que a Igreja possa abrir ricas sedes em Nova York, em Lisboa. Esse dinheiro sagrado serve, para financiar televisões, palácios de mármore, como em Salvador, para exterminar com os Exus da religião dos negros baianos. É muito consolador, Ó Irmãos, saber que nossos bispos podem viver em paz e conforto, como Edir Macedo, Rodrigues, Crivella, tantos outros santos homens, para nos levar para o Reino de Deus. Esse dinheiro sagrado serve também para financiar as campanhas de nossos deputados no Congresso. Eles estão lá, defendendo os interesses da Igreja Universal, ou melhor, os nossos interesses. Dai mais dinheiro, dai mais do que 10%, dai tudo o que tiverdes e, se morrerdes de fome, ireis para o Céu, direto, como no jatinho do bispo Edir Macedo. Orai pelo deputado João Batista Ramos, irmãos, ele é um enviado de Jesus. Aleluia, Irmãos!” 

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