quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Taça Brasil e Robertão

Reconhecimento faz Brasileirão ter oito nomes distintos e diversos regulamentos
CBF reconhecerá Taça Brasil e Robertão como Brasileiro; com isso, campeonato amplia sua história de diferentes nomes e sistemas de disputa

O iminente reconhecimento da Taça Brasil e do Robertão como títulos brasileiros pela CBF estenderá a história do Brasileirão em alguns anos e em novos números. Agora, a competição maior do futebol nacional terá em seu currículo nada menos que oito nomes diferentes, além de incontáveis e esquisitos regulamentos. Relembre abaixo os mais marcantes e entenda a miscelânea do futebol brasileiro até 2003:

Taça Brasil – 1959 a 1968
Foi o primeiro campeonato nacional de clubes do Brasil organizado pela CBD (atual CBF) e também o primeiro a indicar clubes brasileiros para a Copa Libertadores da América. O torneio pôs um fim definitivo aos campeonatos brasileiros de seleções estaduais. A competição era disputada pelos campeões de cada estado, em sistema mata-mata. Em média, 16 clubes participavam do torneio, que chegou a abrir vaga para duas equipes por estado em algumas edições. Esse formato possibilitou a presença de clubes nordestinos com frequência nas finais do campeonato. Os únicos torneios entre clubes ‘extra-estaduais’ antes da Taça Brasil foram as chamadas Copas dos Campeões, em 1920 e 1937. Em 1920, três times participaram e o campeão foi o Paulistano. Em 1937, o Atlético levantou o troféu depois de bater o Rio Branco (ES), a Portuguesa e o Fluminense, em torneio que contava somente com clubes campeões da região Sudeste do país.

Roberto Gomes Pedrosa – 1967 a 1970

O ‘Robertão’ foi o campeonato que deu sequência à Taça Brasil e começou a incorporar mais clubes à disputa do Campeonato Brasileiro. A fórmula passou a ser de pontos corridos na primeira fase e um quadrangular final entre os melhores da fase inicial. Por ter sua origem na extinta Federação Brasileira de Futebol (FBF), a CBD não reconhecia o torneio, embora sua fórmula de disputa e participantes tenham sido praticamente iguais aos do Campeonato Nacional de Clubes promovido pela CBD em 1971. A competição era enxuta e o campeão fazia, em média, 20 jogos até chegar ao troféu.

Campeonato Nacional de Clubes – 1971 a 1974

O Campeonato Nacional de Clubes, criado em 1971, foi uma continuação do Robertão, só que agora genuinamente organizado pela CBD. No início, os times e a fórmula de disputa eram os mesmos do Robertão. Com o tempo, a instituição passou a atender reivindicações de diversas federações estaduais e o certame sofreu um inchaço de clubes, passando a ter 40 equipes em 1973 e 1974.
Copa Brasil – 1975 a 1980 / 1984 a 1986

Em 1975, a CBD resolveu extinguir as duas divisões do Brasil e reuniu todos os clubes em uma única divisão, que foi disputada em sistema de Copa, com uma fórmula composta por diversas fases de classificação, até apontar os finalistas. Em 1979, o Brasileirão (Copa Brasil) teve recorde de participantes em uma única divisão: 94. Depois de uma trégua de três anos, a Copa Brasil voltou à ativa, ainda com muitos times, fato que desagradava, entre outros motivos, aos principais clubes do país.

Taça de Ouro – 1981 a 1983

Em 1979, foi criada a CBF, que deu lugar à extinta CBD. Em 1981, a nova Confederação extinguiu a Copa Brasil e criou uma nova competição, a Taça de Ouro, com outra novidade, o retorno da segunda divisão, chamada então de Taça de Prata. Mesmo com o enxugamento, o campeonato nacional ainda tinha 44 clubes em sua divisão de elite. Esse torneio não durou muito e, em 1984, a CBF reeditou a inchada Copa Brasil.

Copa União – 1987 e 1988

Insatisfeitos com a então Copa Brasil, os principais times do país, integrantes do Clube dos 13, formaram a Copa União (nome dado justamente em alusão à união das equipes para formar a liga), composta por 16 times. Em 1987, a competição foi dividida pela CBF em dois módulos. O campeão de um deles foi o Flamengo e o outro foi o Sport. A CBF queria um encontro dos vencedores dos módulos em uma disputa única do Brasileirão, mas não houve o acordo. A Confederação, portanto, só reconhece o Sport campeão brasileiro deste ano. Já em 1988, pela primeira vez, o Brasileiro (Copa União) teve um sistema recomendado pela Fifa de acesso e descenso, além de um número razoavelmente enxuto de participantes: 24.

Campeonato Brasileiro – 1989 a 1999 / 2001 a 2010

Com a eleição de Ricardo Teixeira, em 1989, Clube dos 13 e CBF reataram as relações e a Copa União deu lugar ao Campeonato Brasileiro. Foi criada também a Copa do Brasil, competição que existe até hoje, em formato mata-mata. Apesar da aparente maior organização dos torneios, em detrimento aos disputados nos anos anteriores, o Brasileirão continuou passando por regulamentos bizarros e sistemas de disputa diferentes. Em 1989, por exemplo, o Vasco chegou à final podendo escolher entre fazer o primeiro jogo no Maracanã ou no Morumbi, contra o São Paulo. Se quisesse jogar no campo do adversário, porém, poderia matar o campeonato em um só jogo. O Vasco arriscou e se deu bem, venceu o São Paulo por 1 a 0 fora de casa e foi o campeão.

De 1989 a 1995, o Campeonato Brasileiro teve sistemas de disputa e números de participantes diferentes a cada temporada. Em alguns anos, a fórmula foi similar à de uma Copa, com uma fase de grupos e, em seguida, sistema eliminatório até chegar à decisão. Em 1993, Botafogo e Atlético ficaram em último lugar entre os 32 times do Brasileiro, mas o regulamento não permitia o rebaixamento de alguns times. A CBF só encontrou uma solução aparente para as fórmulas bizarras em 1996, quando o campeonato passou a ser disputado em sistema de pontos corridos entre todos os times, em turno único, e os oito melhores se classificavam para a disputa do mata-mata. Essa fórmula foi utilizada até 2002, à exceção de 2000, quando foi criada a Copa João Havelange. Em 2003, o Brasileirão passou a ser disputado em pontos corridos e manteve religiosamente seu sistema de acesso e descenso entre todas as divisões.
Copa João Havelange – 2000
Em 2000, foi criada a Copa João Havelange, que reuniu 116 clubes de três divisões. A grande polêmica do torneio foi o acesso, entre outros, do Fluminense da Série C diretamente à Série A, sem passar pela Segunda Divisão. O campeonato não foi realizado oficialmente pela CBF, por uma ação na Justiça Comum impetrada pelo Gama contra a instituição, em 1999, e que ainda não havia sido julgada em todas as instâncias. Mesmo assim a Confederação reconheceu e outorgou o torneio como Campeonato Brasileiro.
Fonte: www.uai.com.br

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