quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

DEUS, PROTEJA O NOSSO FUTEBOL!

Carlos Roberto Sodré* Acompanho diariamente o noticiário no rádio, às vezes na televisão ou leio os jornais de minha cidade. O objetivo é sempre adicionar informações, sobretudo, os acontecimentos no esporte local. Não foi surpresa nenhuma ouvir esta semana as mesmas coisas dos anos anteriores: “os clubes estão nos preparativos para o campeonato regional das categorias de base”. Afinal, as categorias são de base ou não de base? Porque quando se tem uma base, entendo que esta base uma hora atinge a maturidade. Aqui não. Aquela base que vi jogar a dez anos, hoje faz qualquer coisa, menos jogar futebol. Tem gente mentindo, dizendo que quer tirar o garoto da rua. Siga o meu raciocínio: convencem os pais que desde cedo precisam colocar a criança nas escolinhas de futebol; que com isto estarão encaminhando os seus filhos ao lazer e a saúde; coloca na mente dos pais que criança em casa significa dor de cabeça para as mães e vai por aí afora. Todas as crianças pagam um preço para treinarem nos respectivos clubes e às vezes um preço muito alto. Há três anos que não temos mais o campeonato municipal. Em todos esses anos de ausência do torneio eu ouvi a promessa de que ele aconteceria. Mas, parece que o que estava morto, agora foi sepultado de vez. Que pena! Triste notícia para o futebol da Zona da Mata Mineira. Para um futebol que tem status de melhor da região, acredito que está descendo a ladeira. Tem gente dormindo, precisam acordar. Os meninos treinam e vocês pais, se mantém em dia com a sua mensalidade. E qual é o futuro deles nos gramados do futebol daqui da região? Pelo visto nenhum. Para algumas pessoas a divisão de base é só mesmo para preencher o calendário. Ficam de olho é no regional do final do ano. Pra que manter divisão de base? Centros de treinamentos são criados todos os dias. Com qual objetivo? Se perguntar, todos responderão: ”vamos tirar esses garotos das ruas”. Notem que essa gente é extremamente preocupada com as crianças de rua. Eu quero ver esses preocupados dirigentes, dar verdadeiras oportunidades para os atletas quando eles queimarem as últimas etapas nas bases. Aí sim, eu direi: estão cumprindo um papel muito importante na sociedade, estão formando cidadãos. Enquanto isso não acontece, vou dizer: estão tirando o pão da boca dos nossos atletas. Sem falar que ao ingressar nas bases, os treinadores têm sempre aquela mensagem de incentivo: “treinar com seriedade para um dia você alcançar o Eldorado do Futebol”. Faltou só o professor dizer que bem menos de um por cento é que atingem essa façanha, porque os demais nunca passarão de atores coadjuvantes. *Carlos Roberto Sodré é Locutor Esportivo

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