quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Futebol de Ubá

Vale a pena ver de novo Carlos Roberto Sodré* Certamente você já viu e ouviu esta frase nos anúncios das novelas da tarde da Rede Globo de televisão. E já ouviu também em alguns quadros de programas de rádio, neste caso, vale à pena ouvir de novo. O campeonato regional de futebol da Liga Atlética Ubaense está chegando ao seu término. Associação Atlética Bandeirante e União da cidade de Piraúba vão decidir o título este ano. Tudo muito maravilhoso se não fosse contraditório. Tudo muito tranqüilo se não fosse ante ético. Quando se usa de atletas de outras equipes para armar a sua, que nome que se dá esse tipo de comportamento? Quando se coloca todos os jogadores de fora na vaga dos atletas da casa, que nome que se dá para um comportamento dessa natureza? Quando se promete para os atletas da casa que um dia eles vão vestir a camisa das suas respectivas equipes, quando na verdade os seus lugares estão reservados a outros bem estranhos e distantes, que nome que se dá a uma atitude dessas? Quando se gasta até quinze mil reais em um único jogo, ou mais do que isso, e cobra das crianças para realizar treinamentos, dizendo que elas representam o futuro daquela equipe, que nome que se dá para ações como esta? Quando se mente o tempo todo, para todos, sobre a legalidade da disputa, FMF, Federação Mineira de Futebol, clubes profissionais pelo Brasil afora, é uma mentira atrás da outra. A imprensa sabe que está errado, ou pelo menos devia saber, mas ninguém denuncia, porque será? Não me diga que alguém está gostando dessa brincadeira? Tenho medo que um dia as pessoas comecem a colocar em prática a lei do Gérson, de levar vantagem em tudo! Por que de uma coisa pode-se ter certeza: tem alguém com os olhos brilhando, quando essa bola rola. Os olhos das crianças também vão brilhar, como os meus estão agora, de tristeza. No nosso caso não vale a pena ver novo. Ver de novo tudo que acabamos de analisar? Perguntei ao Cassiano, colega de faculdade e morador de Senador Firmino: o que você achou da participação do Nacional no campeonato regional desse ano? Como todo torcedor apaixonado ele me respondeu: “não ficamos contentes com o resultado, é claro, achamos que alguns jogadores não se empenharam o suficiente”. Perguntei ao jovem acadêmico quantos jogadores da terra vestiram a camisa do Nacional, ele me disse que dois. Aí eu retruquei: quero saber jogando? Ele disse: um. Se contar esse caso para o cantor Raimundo Fagner, certamente ele vai dizer: “não dá pra ser feliz, não dá pra feliz, não dá pra ser feliz, não dá pra ser feliz”. Continuo na luta em favor do futebol da terra até um dia eu poder dizer vale a pena ver de novo. *Carlos Roberto Sodré é Locutor Esportivo

2 comentários:

Adalberto Day disse...

Como é bom...futebol da terrinha.
O Bairrismo, isso é muito sádio. Nós tinhamos na infância um campinho pequeno em um morro chamado "12" e la disptavamos uma gararfa de capilé por partida, era sensacional.
Abraços
Adalberto Day cientista social em Blumenau SC

Filipe Araújo disse...

Muitos e muitos interesses envolvidos...O futebol hoje é refém. Imagine os torcedores!

Saludos!

http://gambetas.blogspot.com