quinta-feira, 9 de abril de 2009

Fluminense F.C.

Não há torcida como a do Fluminense. Parece retórica de torcedor, concordamos. Mas basta enumerar fatos. Pela própria beleza das coisas que caracterizam o clube, o passado de aristocracia, as cores, com a perfeita combinação do verde e do branco somados ao charme talvez exclusivo do grená, o pó de arroz, o bairro de Laranjeiras, etc. Mas também, e principalmente, pela criatividade. É talvez a única torcida do mundo a ter adotado um papa. Nossa torcida sempre foi diferenciada na criação. Enquanto todas as torcidas se repetiam nas mesmas marchinhas de carnaval, até o início dos anos 70, a tricolor criou o “Sorria”. Para deliciosa surpresa dos ouvidos acostumados a marchinhas e sambas, cantamos, nos anos 80, um rock do Ultraje a Rigor nas arquibancadas (“Eu sou é tricolor”). Em 1984, decisão do campeonato brasileiro, surpreendemos o Brasil no momento do hino nacional, bradando pela volta das eleições diretas para presidente da república (emenda Dante de Oliveira que tramitava no congresso na época da partida). No ano de 2008, durante a Libertadores, criatividade à flor da pele, tudo se viu no Maracanã. Da sensacional volta do pó de arroz ao espetáculo na finalíssima, passando pelo “FLUMINENSE” escrito com sinalizadores. Mas em meio a tudo isso, a relação com o falecido papa João Paulo II é o mais inusitado e comovente. Uma história que começou em 1980. A canção “A Benção João de Deus”, de Péricles de Barros e Moacyr Maciel, que ganhara um concurso para escolher o tema que homenagearia o papa, era adotada em pleno Maracanã em um dia de decisão. Campeões, os tricolores, católicos ou não, de todas as religiões e também os não religiosos, levaram em seu coração aquele simpático Pontífice. Ele esteve conosco em vários momentos nos anos que se seguiram. Nas alegrias e nas tristezas. Até que chegamos a 2005. Por coincidência, Péricles de Barros, um dos autores da canção, falecia em janeiro. Em 2 de abril, o mundo perdia João Paulo II. E no dia seguinte à sua partida, em meio à comoção internacional, haveria um Fla-Flu decisivo. Leitores do blog, o que se viu nas arquibancadas do Maracanã, no lado à direita das tribunas, foi de levar às lágrimas. Os braços erguidos em louvação durante o minuto de silêncio foi algo para não se esquecer jamais. Assim como inesquecível seria a nossa grande vitória que se seguiria. Goleada (4×1) e alegria no campo e nas arquibancadas. E também no céu. Novamente estamos em abril. Novamente em jogo decisivo com o Flamengo. Certamente a devoção a João Paulo será novamente entoada no estádio. E queremos que o resultado final do domingo seja muito parecido com o de 2005. No céu, na terra e no placar. Colaboração: Alexandre Magno Barreto Berwanger

2 comentários:

Alexandre M. B. Berwanger disse...

Só lembrando que o texto foi publicado originariamente pelo Blog Flusócio, que é quem teve o esforço criativo :

http://flusocio.com.br/blog/?p=5429

Alexandre M. B. Berwanger disse...

Mais uma vez a Torcida Tricolor inovou no Brasil, pois no Fla-Flu de 12/04/2009, fez painés fantásticos com a bandeira do clube nas arquibancadas.